Jonas Carvalho
jonascarvalho@tvclube.com.br
Os policiais militares suspeitos de envolvimento na morte do auxiliar de mercado Cândido Constâncio Filho, de 41 anos, vítima de bala perdida na noite de terça-feira (28), foram ouvidos na Corregedoria da Polícia Militar. Os PMs prestaram depoimento nesta quinta-feira (30) sobre o caso e devem permanecer na sede do órgão para aguardar a decisão final do juízo militar.
A audiência teve início às 8h, restrita apenas aos envolvidos no caso e à defesa jurídica. Os militares Gilderlan e André dos Santos foram ouvidos. O terceiro envolvido integra a reserva da Polícia Militar e por isso se apresentará na sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
A defesa do cabo André dos Santos confirmou que houve troca de tiros com a dupla de assaltantes, mas que ainda não se pode precisar de qual arma saiu o disparo que matou Cândido Constâncio. O advogado Marcos Vinícios Brito, que acompanha o caso, disse que os assaltantes estavam armados e que a falta de iluminação da via pode ter favorecido o incidente.
“Eles não perceberam ninguém na rua. Tanto é que ele acha que as pessoas saíram do bar justamente porque perceberam a movimentação policial”, explicou o advogado.
Prestação de socorro
O advogado reiterou que os policiais prestaram socorro à vítima e que não se evadiram do local. Marcos Vinícios negou que tenha ocorrido abandono de posto de serviço por parte dos policiais. A comandante do 13° Batalhão da Polícia Militar, major Elizete, foi comunicada logo após o ocorrido.
“Me desculpe se o corregedor fala isso. Eu discordo. Eles comunicaram o fato. O corregedor está mal informado. Até porque, se ele está prestando depoimento agora, como é que ele pode falar em abandono de serviço? A arma foi apresentada. Só pode se falar em abandono de serviço após três dias de ausência do quartel”, explicou o advogado.
Coleta de dados
A perícia criminal continua analisando as câmeras de segurança que registraram a ação. A advogada Enedina Gisele – que defende o soldado Gilderlan – levantou a possibilidade da dupla que estava sendo perseguida ter efetuado o disparo.
“Estamos solicitando perícias nesse sentido até mesmo para verificar se houve disparos por parte desses policiais ou não. Então, a gente tem também o envolvimento desses outros elementos e os disparos podem ter vindo daí”, diz Enedina.
Entenda o caso
O auxiliar de mercado, Cândido Constâncio de Sousa Filho, de 41 anos, foi morto a tiros durante uma perseguição policial na noite de terça-feira (28) na Santa Maria da Codipi, na zona Norte de Teresina. A vítima estava na porta do comércio em que trabalhava na companhia de outras pessoas quando foi atingida pelos disparos. Os policiais perseguiam um suspeito de assalto. Eles disparam para atingir o alvo, quando ele passou em meio às pessoas que estavam na porta do comércio. Nesse momento, o grupo se assusta e dispersa. Cândido é atingido e cai no local.
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