
Kelvyn Coutinho*
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Nesta terça-feira (1º), completa-se um mês da morte do chef de cozinha João Marcelo Santana Freiras, de 37 anos. João Marcelo morreu após o carro que ele conduzia ser arrastado pela água da chuva no bairro Satélite, Zona Leste de Teresina. Mesmo após o ocorrido, a família do chef denuncia que não há sinalização ou reforço da segurança do grotão onde o carro de João Marcelo caiu após ser arrastado.
A irmã do chef, Ana Carolina, publicou um vídeo nas redes sociais mostrando a situação do local, que não possui nenhuma sinalização de perigo ou de melhor escoamento da água, o que pode fazer com que outros carros sejam arrastados, caso ocorram fortes chuvas.
“Faz um mês desde a morte do meu irmão e a sensação é de angústia, descaso, impotência perante os órgãos públicos, responsáveis por essa galeria. Conversando com moradores aqui, ninguém da prefeitura veio aqui, ninguém. Meu irmão faleceu e pode acontecer com outras vítimas. Isso que eu estou fazendo não vai trazer meu irmão de volta. Mas isso é um descaso. Prefeitura de Teresina, cadê? Cadê os responsáveis que possam dar um jeito para essa população?”, questionou Ana Carolina.
Depois da morte do chef, a Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD) Leste iniciou a construção de uma lagoa de contenção a cerca de 1km de distância do local do acidente, que deve ser utilizada para acumular a água da chuva e diminuir a correnteza para o trecho, que fica mais à frente. No entanto, a medida é questionada por moradores, que temem o rompimento de uma parede de contenção.
“Isso preocupa muito os moradores, porque essa lagoa de contenção vai receber água de vários bairros – uma parte da Morada do Sol, Piçarreira, Madre Teresa – e recai toda para dentro do Satélite. E eu peço a Deus que a engenharia tenha acertado. Segurar uma água, de volume grande, e não ter para onde essa água correr, ela vai romper a parede e vai vir destruindo prédio público, as casas e até a vida dos moradores”, disse Ivan Cabral, presidente da Associação de Moradores do Satélite.
O superintendente da SAAD Leste, James Guerra, afirmou que o órgão já está realizando as medidas necessárias para sinalizar os pontos mais críticos e já encomendaram um novo gradil para a galeria, para que não aconteça mais a queda de veículos no local.
“Estivemos com o prefeito visitando os pontos mais críticos e a SAAD Leste expediu um documento indicando os 39 considerados mais graves. Expedimos ofício à Strans, porque essas placas são placas de trânsito – vão indicar ao motorista onde pode trafegar ou onde é uma situação de risco – e fomos informados que essas placas estavam sendo confeccionadas”.
“Especificamente no local do incidente que morreu o chef de cozinha, nós tivemos que fazer uma adaptação em relação a este gradil de proteção, porque ele não pode ser um gradil que impeça a passagem da água sob pena de represar naquele determinado ponto a água e isso tem outras consequências para outros paradores. Então nós fizemos a encomenda da confecção junto à indústria de um gradil que permita a passagem da água e que, ao mesmo tempo, ele retenha o veículo”, declarou o gestor.
James Guerra explicou ainda que as famílias que moram na região e foram afetadas pelos alagamentos já estão sendo assistidas pela Defesa Civil e pelos programas de assistência e auxílio da Prefeitura de Teresina.
“Essa rua onde aconteceu o incidente faz cruzamento com uma rua chamada Rua Bela. Para essa rua, nós temos várias intervenções, porque foi uma das ruas mais atingidas pelas chuvas. Temos lá seis casas que foram atingidas e quatro delas já estão com a empresa já designada para fazer o reparo. As outras duas estão em momento de finalização desse orçamento. Todas as famílias tiveram socorro prestado pela Defesa Civil e pela Semcaspi, naquilo que diz respeito à colocação dessas famílias no programa Cidade Solidária, que é para receber aquele valor de aluguel enquanto a gente recupera a moradia ou nos casos em que a moradia não é possível de ser estruturada, a pessoa entre no planejamento habitacional”, completou o superintendente.
*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto.