As urgências dos hospitais públicos e dos privados em Teresina registram a lotação de pacientes com sintomas da dengue. O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, alerta que esse cenário pode ser agravar nas próximas três semanas. Albuquerque, que também é médico, reforça a necessidade da população de realizar a limpeza do domicilio e retirar qualquer foco do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Esse mosquito transmite a dengue, a chikungunya e a zika.

A situação se agrava com a falta de exames sorológicos para comprovar a doença e até mesmo de medicamentos, como a dipirona injetável e em xarope, para o tratamento.

Na tarde de quarta-feira (20), um hospital particular, no Centro de Teresina, chegou a suspender a entrada de novos pacientes, por volta das 17h, diante da superlotação na receptação no local, reabrindo hora depois. A maioria dos pacientes apresentavam dores no corpo e febre.

O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, conta que a situação nos hospitais municipais também é de lotação. Além da demanda habitual, as unidades recebem os pacientes que não conseguem atendimento na rede privada de saúde.

A Unidade de Pronto Atendimento do bairro Renascença, na zona Sudeste, também ficou lotada ontem; muitos pacientes precisaram aguardar a vez do lado de fora do hospital.

“Quanto ao atendimento, nós já reforçamos as equipes nos prontos atendimentos que ainda cabem. Nós também tivemos um aumento muito grande de pacientes vindo da rede privada porque nem a rede privada que tem uma agilidade maior não está conseguindo atender a sua demanda”, disse o presidente da FMS.

Albuquerque alerta que “nós ainda teremos umas três semanas com essas dificuldades. O mais importante é a história da prevenção. Nós pedimos que a população intensifique os cuidados, a limpeza dos seus domicílios. Evite água parada”.

“Nós reforçamos as equipes (das unidades de saúde) onde cabia equipe. Nós também estamos estendendo o horário de atendimento nas unidades para dar uma assistência maior a esses pacientes”.

CASOS

A primeira morte confirmada por dengue em 2022 foi divulgada pela Sesapi no dia 10 de março. O paciente era um homem de 19 anos, de Teresina.

O Lucas Rodrigues, de apenas 9 anos, também não resistiu aos sintomas e morreu em decorrência da doença. A morte por dengue foi confirmada pela Fundação Municipal de Saúde no dia 30 de março de 2022. Ele estava internado em um hospital particular de Teresina.

A FMS confirmou que a terceira morte foi de uma mulher de 45 anos, que faleceu na semana passada, e tinha comorbidades. 

A quarta morte ainda está em investigação, que é de um bebê de um ano e oito meses. 

Casos registrados das doenças em Teresina até 18 de abril de 2022

• Dengue
  Notificados: 2031
  Confirmados: 895
• Chikungunya
  Notificados: 154
  Confirmados: 74
• Zika
  Notificados: 29
  Confirmados: 6

AÇÕES

No momento, os agentes de endemias da FMS orientam os moradores quanto aos cuidados contra os focos e a proliferação do Aedes aegypti nos lugares públicos e nos privados.

Eles também realizam o levantamento das regiões com os maiores índices de infestações desse mosquito transmissor em Teresina.

A FMS já iniciou o uso do carro fumacê nos bairros com maiores notificações da dengue.

A FMS também realiza mutirões de limpeza nos bairros pelas Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação e pelo Centro de Tecnologias Aplicadas em Eficiência Urbana (CTA).

DENGUE

Sintomas e tratamento

Existem quatro tipos de vírus de dengue – sorotipos 1, 2, 3 e 4. A febre alta é um dos principais sintomas da doença. Outros são dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

A infecção por dengue também pode não causar sintomas, ser leve ou grave. Nesse último caso, pode até levar à morte.

As pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão.

Não há tratamento específico para a dengue. De acordo com a avaliação médica, são recomendadas medidas como fazer repouso, ingerir bastante água e não tomar medicamentos por conta própria. Pode ser recomendada também a hidratação com soro nas veias. Em caso de suspeita, é fundamental procurar um profissional de saúde para ter o diagnóstico correto.

A zika e chikungunya têm sintomas semelhantes aos da dengue como febre, dor de cabeça, mal-estar, dores pelo corpo e muita dor nas juntas. O tratamento também é feito de acordo com os sintomas.

No caso da chikungunya, algumas pessoas podem desenvolver um quadro pós-agudo e crônico com dores nas articulações que duram meses ou anos.

Controle e prevenção

Com as altas temperaturas e períodos chuvosos a expectativa do número de criadouros aumenta.

O Ministério da Saúde relembra que para fazer o controle efetivo da proliferação do mosquito é necessário tirar ao menos dez minutos de apenas um dia da semana para verificar o telhado, calhas entupidas, piscina, garrafas, pneus e demais itens que possam ser criadouros. É importante eliminar qualquer acúmulo de água que possa propiciar foco do mosquito.

Mesmo em lugares que necessitem fazer o armazenamento de água é importante não deixar os reservatórios destampados para evitar que o mosquito coloque ovos dentro dessas águas.

Fonte: Ministério da Saúde

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