Você sabia que o nosso estado do Piauí por pouco não teria praia? Hoje (19), no aniversário de 200 anos do estado, o Especial da Rede Clube mostra que as praias do estado só foram conquistadas após uma troca com o Ceará: o Piauí doaria dois municípios para receber uma  faixa litorânea de 66 km do estado cearense.

Agora, as praias piauienses conquistaram corações, turistas e passaram a ser território paradisíaco seja para morar, curtir férias ou “surfar” nas ondas do mar.

A Praia de Macapá, em Luís Correia, ilustra um dos cenários litorâneo mais lindos do Piauí. Ela está localizada a cerca de 30 quilômetros da cidade de Parnaíba, a segunda maior cidade do estado, e é a porta entrada do nosso litoral.

Os livros de história contam que até 1880, o Piauí não tinha faixa litorânea. Em negociação, ao entregar dois municípios ao Ceará, o Piauí recebeu 66 quilômetros de praias em seu território.

Com o bom proveito das terras conquistadas, ou areias, os ventos neste canto do Piauí conquistaram também as velas do kitesurf, que reforçou o turismo na região. O Kitesurf é um esporte aquático, com uma pipa ou papagaio e uma prancha com suporte para os pés, as pessoas “voam” e deslizam sobre a água.

Por causa desse esporte, pessoas do mundo todo visitam a Praia de Macapá. Entre os meses de agosto e novembro, a paisagem litorânea também conta com as cores das velas de kitesurf.

Dois séculos após a negociação, o turismo local tem características que seduzem os visitantes, e exige da infraestrutura local a qualidade para receber um público cada vez mais exigente.

A atividade esportiva dá vida às praias e movimenta o mercado a favor dos nativos empreendedores como José Luis, instrutor de kite. “Quando o kite chegou na minha vida tudo mudou porque abriu portas para conseguir um emprego bom. Atualmente, sou professor de kite e dou aula para brasileiro. Agora, também posso dar aula para estrangeiro”.

Com turistas internacionais, se faz necessário o aprendizado de outra língua entre os nativos. O kite conect, projeto no qual José Mauro Fernandes é voluntário, ensinou inglês para dezenas de jovens instrutores, facilitando o contato internacional. “Macapá se tornou um Kite Point internacional. Então, vai mudar a vida deles falando outro idioma”.

Bruno Alves comenta que também trabalha com aulas de kite e que “foi difícil, no começo, falar inglês sozinho. “Mas o projeto veio com os voluntários dando aula e vimos as possibilidades e as oportunidades que a gente tinha. O projeto, hoje falo inglês, estou realizado aqui na Praia de Macapá”.

A relação turística prova também, que além do potencial paradisíaco, o Piauí é marcado pela hospitalidade de pessoas simples como Suzana, dona de um restaurante na Praia de Macapá. Ela conta em poucas palavras o que sentem os turistas nacionais e internacionais acolhidos pelos piauienses. “Tem que chegar sorrindo. Tratar muito bem. A comida muito bem feita para agradar aos nossos clientes”.

O Ministério do Turismo dividiu o Piauí em 6 regiões com potencial turístico. Das 224 cidades do estado, 32 estão nesse roteiro. As que ficam no litoral foram agrupadas no Polo Costa do Delta, que conta com as cidades de Bom Princípio, Cajueiro da Praia, Parnaíba, Ilha Grande e Luís Correia.

De tanto visitar o Piauí, o Liam Whaley, kite surfista profissional, até aprendeu a falar português. Ele encontrou na Praia de Macapá um lar ideal para unir descanso e trabalho. “Então, todos os anos eu venho para treinar. O vento aqui é muito forte e tem consistência, todos os dias têm o mesmo vento. Eu consigo treinar todos os dias. As pessoas aqui têm uma vida muito simples. Eu gosto. É um lugar que eu posso relaxar e estar focado no meu trabalho”.

O Especial Piauí 200 anos teve apresentação de Renan Nunes, com produção e edição de Andreelson Delmiro.

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