
Devido os constantes problemas com o transporte público em Teresina, muitos moradores têm buscado alternativas para conseguir de deslocar na cidade. Apesar dos aplicativos de transporte, que auxiliam nessa parte da locomoção, o custo muito alto de manter esse serviço tem feito diversos usuários a optarem pela compra de um veículo próprio.
“Moro em uma da últimas paradas do meu bairro e na maioria das vezes preciso pedir um carro ou moto de aplicativo para ir ao trabalho, pois quando o ônibus passa ele já vem lotado e não para mais. Para não me atrasar essa é a única opção”, revela Maria Vieira, moradora do Monte Verde, localizado na região da Santa Maria, zona Norte de Teresina.
A realidade de Maria fez com que ela pensasse muitas vezes em adquirir o seu próprio transporte, mas a falta de tempo para fazer o curso de habilitação para poder tirar a carteira a impediu. “Estava em meus planos comprar uma moto, mas quase não tenho tempo disponível, então não adianta eu ter um veículo que não poderei usar legalmente”.
Eulália Queiroz mora no bairro Mocambinho, também na zona Norte e estuda na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), no campus do bairro Pirajá. Apesar de serem bairros próximos, uma linha de ônibus faz o deslocamento direto para a unidade. Por conta disso, a estudante acaba optando pelo transporte de aplicativo para não chegar atrasada, mas acaba pagando bem caro por isso.
“O que acarreta mais ainda o meu problema é que eu estudo à noite e, nesse horário, além de não ter ônibus, ainda é incluso a questão da segurança. Isso já me fez gastar mais de R$ 400 por mês só em aplicativo, é bem pesado. Às vezes deixo de ir para a universidade porque eu penso no ônibus, na segurança, no dinheiro que eu vou gastar”, comenta.
Por conta do problema com ônibus se tornaram comuns os famosos “ligeirinhos”, carros ou vans que fazem o transporte de passageiros dos bairros para o Centro de Teresina, uma opção mais barata para quem não pode optar por acionar um transporte por aplicativo.
“É bem mais barato para mim do que pedir um transporte por aplicativo. Ao invés de pagar de R$ 17 a R$ 23, eu pago de R$ 5 a R$ 7 em um ligeirinho”, explica Rebeca Borges, que mora no bairro Itaperu e muitas vezes deixa de usar o serviço por aplicativo por conta dos custos.
Pensando nesses gastos, o estudante Leandro Fontenele resolveu pediu ajuda aos pais e comprou uma motocicleta usada. Antes, ele gastava cerca de R$ 45 por semana para ir e voltar da Vila São Francisco Sul para o Instituto Federal do Piauí (IFPI), no Centro, agora consegue fazer o trajeto por até 3 dias com apenas R$ 10.
“Deu muito trabalho para conseguir comprar, mas compensou muito pela questão do tempo e economicamente falando também. Mesmo com a gasolina cara eu acabo gastando menos por ser um transporte econômico”, destaca.
Mudar a forma de se deslocar por conta de atrasos ou falta de transporte para compensar o tempo de espera, nem sempre são as mais viáveis. O professor Sebastião Carlos, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), explica que a população está aprendendo a planejar sobre o tipo de transporte que vai usar no dia a dia para não acabar saindo pesado no bolso.
“O que as pessoas estão fazendo é justamente a comparação de custo benefício entre o transporte convencional, como ônibus, por aplicativo, e a aquisição de um transporte próprio, seja ele uma bicicleta elétrica, moto ou um carro. Qual a finalidade disso? A finalidade disso é garantir bem-estar financeiro diante da sua restrição orçamentária, valorizando cada centavo que tem”, finaliza o professor.
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