Emanuel Pereira
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A dona Socorro Alves, moradora da localidade Santa Tereza, zona rural de Teresina, adotou três meninos e uma menina. O sonho de ser mãe foi possível depois que ela conheceu o Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (CRIA), uma das instituições selecionadas para receber as doações da campanha Prato Cheio, da TV Clube.

Primeiro, Socorro se cadastrou para se tornar uma família acolhedora, que recebe crianças e adolescentes estando em abrigos por um determinado tempo. Depois, ela conseguiu finalizar o processo de adoção dos quatro filhos.

“Quando eu peguei o Obede, meu caçulinha, ele tinha doze dias de vida; o mais velho, nove anos e meio. Então, entre o pequeno e o maiorzinho de nove anos e meio, era uma escadinha, todos irmãos”, disse. Além dos quatro filhos, ela temporariamente acolhe Carlos, uma criança vivia em um abrigo.

Dificuldades financeiras 

Dona Socorro conta que trabalhava como costureira em casa, mas teve de interromper o trabalho por conta de uma tendinite (inflamação ou irritação nos tendões). O seu marido foi afastado do serviço por conta da pandemia da Covid-19.

Socorro trabalhava como costureira em casa, mas devido a uma tendinite (inflamação ou irritação dos tendões) ficou impossibilitada de continuar com a profissão. O marido dela, durante a pandemia, foi afastado do trabalho. A família ficou sem fonte de renda e contou com as doações de cestas básicas da CRIA.

“Antes, eu ficava na máquina de costura para fazer máscaras e tapetes. Quando veio a tendinite, as minhas pernas ficaram pesadas e não consigo mais costurar, mas não vou deixar as crianças voltarem para o abrigo. Então, eu recorro ao CRIA, que está sempre me apoiando”, afirmou.

CRIA 

O CRIA é uma organização não-governamental que, há 13 anos, garante o direito à convivência familiar para crianças que vivem em abrigos e estão em situação de vulnerabilidade social.

Dentre os serviços oferecidos, o suporte psicológico às famílias é um dos mais procurados porque, conforme Sílvio Noronha, psicólogo da ONG, todas as crianças estão emocionalmente abaladas.

“Muitas chegam inseguras aqui, pois já possuem algum tipo de trauma. E nós precisamos trabalhar para fortalecer o psicológico desses meninos e meninas”, explicou Silvio. 

Quando as crianças não podem mais retornar às famílias de origem, o Cria incentiva a adoção e acompanha as pessoas que desejam adotar, cadastradas na 1ª Vara da Infância e da Juventude. Segundo a assistente social, Edilayne Ximenes, muitas delas também precisam de ajuda e doações de alimentos.

“Nosso público é constituído por famílias em situação de vulnerabilidade social, que residem nas periferias de Teresina. Diante desta situação, sabemos que o apoio psicossocial é importante, mas a fome precisa ser suprida para que outras questões também sejam”, ressaltou.

Por este trabalho, o Cria foi uma das instituições escolhidas para receber os alimentos arrecadados pela Campanha Prato Cheio e já existe um ponto de coleta na sede da instituição, na rua São Pedro, centro-sul de Teresina.

A coordenadora do Cria, Francimélia Nogueira, demonstra alegria porque a entidade foi contemplada com as doações da campanha.

“Estamos muito felizes por receber a ajuda do Prato Cheio, que alimenta a esperança e estimula a solidariedade. E mostra que você sempre fazer algo com alguém”, frisou.

A dona Maria da Guia possui cadastro na ONG como família acolhedora e, nesse momento, cuida de um menino de 5 anos e uma menina de 12 anos. A psicóloga conta que alterou a rotina de trabalho para cuidar das crianças.

“Mesmo aposentada, eu continuei trabalhando. Mas quando os dois chegaram, passei a me dedicar só a eles. Agora, eu faço atendimento somente online e no período da noite, para não perder as crianças de vista”, explicou.

Campanha Prato Cheio

A campanha ‘Prato Cheio – Alimente a Esperança’  é promovida pela Rede Clube com o propósito de despertar a solidariedade do público para arrecadar e doar alimentos e cestas básicas a moradores de regiões carentes do Piauí. Nove instituições de todo o estado vão ser contempladas com as doações.

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*Estagiário sob supervisão da jornalista Carliene Carpaso.

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