7 de julho de 2025

CMT avalia criar comissão para apurar falta de insumos e medicamentos nos hospitais de Teresina

Luana Fontenele

Publicado em 06/12/2022 10:30

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Câmara Municipal de Teresina. (Foto: Arquivo/ClubeNews)

Luana Fontenele e Carlienne Carpaso
luanafontenele@tvclube.com.br

Os vereadores de Teresina apontam duas crises no sistema de saúde municipal: uma administrativa e outra financeira. Segundo os parlamentares, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) hoje tem uma dívida de aproximadamente R$ 10 milhões com fornecedores de medicamentos e insumos hospitalares.  Uma comissão deve ser criada para acompanhar o sistema. 

Ontem (5), uma audiência pública na Câmara Municipal de Teresina (CMT) discutiu essa situação que, inclusive, provocou a interdição ética parcial do Hospital Geral do Buenos Aires, na zona Norte. 

Na semana passada, o Conselho Regional de Medicina denunciou que muitos hospitais estão até mesmo sem soro fisiólogo para atender aos pacientes.

O vereador Dudu (PT) propôs a criação de uma nova comissão para solucionar com urgência a questão, a qual irá contar com a participação membros comunitários e representantes da Câmara Municipal, Ministério Público, Conselho da Classe Médica e população.

 “É uma situação grave e a comissão ajudará a dar o melhor encaminhamento nos próximos dias para amenizar a situação. Precisamos de uma solução o mais rápido possível, a saúde da nossa população é prioridade máxima”, disse Dudu.

Nos últimos dias, os órgãos municipais e estaduais apontaram as dificuldades no mercado por conta da pandemia da Covid-19, que culminou na falta de insumos e medicamentos nos hospitais, prejudicando o atendimento à população.

O vereador, médico e ex-gestor da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Luiz Lobão (MDB), destaca que a população de Teresina está desassistida tanto na atenção básica como na especializada. Ele ressalta que é preciso entender o que está acontecendo na FMS.

“Nós temos que saber a situação da Fundação Municipal de Saúde em relação a finanças e administração para chegar ao ponto de fechar o hospital e a maternidade do Buenos Aires. A população está desassistida, temos 92 unidades básicas de saúde e todas elas com queixas de desabastecimento de medicamentos e falta de profissionais”, afirma o vereador.

O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB), visitou na manhã desta segunda-feira, o Hospital Geral e Maternidade do Buenos Aires, parcialmente interditado pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) desde a última quinta-feira (01).

A interdição ética aconteceu após a direção da unidade de saúde não apresentar soluções para sanar irregularidades, pondo em risco o tratamento de pacientes.

Segundo Dr. Pessoa, as mudanças devem ocorrer em três vertentes: a mudança no setor administrativo do Hospital e da Maternidade; aquisição de medicamentos e insumos, e uma reforma na estrutura da unidade de saúde.

No entanto, o prefeito não apresentou nenhuma medida para promover tais mudanças e reclamou da inoperância dos seus assessores.

“Eu passei para os meus assessores e eles não resolveram o problema. Não vou antecipar as decisões tomadas, mas já sabemos o que fazer”, disse.

Como primeira medida administrativa, Dr. Pessoa deve exonerar o diretor-geral do Hospital e Maternidade Buenos Aires nos próximos dias.

O presidente da FMS, médico Gilberto Albuquerque, conta que alguns dos pontos indicados pelo CRM durante a fiscalização no hospital geral do Buenos Aires já estão sendo atendidos. “No Buenos Aires, nós tínhamos a pendência de três plantões, eles estão preenchidos. De insumos, nós já estamos sendo abastecidos. Nós temos uma balança a mais para pesar criança”.

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*Estagiária sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso.

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