Os vereadores da Câmara Municipal de Teresina (CMT) adotaram tom de cautela quanto às denúncias feitas pelo vice-prefeito Robert Rios (sem partido) contra a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e acionaram a Procuradoria da Câmara, na manhã desta quinta-feira (26).
A decisão ocorreu logo após a reunião entre os parlamentares e o vice-prefeito do Município, na sala da presidência da Câmara, a portas fechadas. O órgão é responsável por representar a Casa em questões judiciais por meio da coleta de dados junto ao Poder Executivo e posterior análises processuais.
Segundo o presidente da CMT, vereador Enzo Samuel (PDT), os vereadores terão uma nova rodada de diálogos após o parecer técnico da Procuradoria da Câmara. Até o momento, segundo Enzo Samuel, foram apresentados indícios de irregularidades e que, somente com a avaliação dos documentos, deverão ser adotadas medidas.
“Recebemos o documento de auditoria realizado pela Prefeitura e nós vamos analisar, encaminhando para os setores competentes dessa Casa, como a Procuradoria para que ela possa nos dar embasamento. Vamos convocar uma reunião com os vereadores para avaliar a necessidade de montar uma comissão e começar a aprofundar na análise desses documentos para tomar as medidas”, esclareceu.
Irregularidades na FMS
O vice-prefeito Robert Rios protocolou nesta quinta-feira (26), na Câmara Municipal, um documento com denúncias que apontam possíveis irregularidades, envolvendo a Fundação Municipal de Saúde. Conforme a denúncia, a FMS gastou R$ 83 milhões sem esclarecer o destino do dinheiro.
Em 2022, a Secretaria de Finanças realizou uma auditoria nas contas da FMS após as denúncias de falta de insumos nos hospitais da cidade.
Segundo o vice-prefeito, o relatório final contendo as irregularidades foi apresentado ao prefeito Dr. Pessoa (Republicanos) no dia 30 de dezembro. Segundo Robert Rios, não foram tomadas providências por parte do Poder Executivo para solucionar a situação.
Cautela e prudência
O líder do prefeito na Câmara, vereador Antônio José Lira (Republicanos), pediu cautela aos demais membros da Casa durante a avaliação dos documentos. Para ele, decisões precipitadas podem prejudicar o andamento da máquina pública.
“Nesse caso, foi feita uma denúncia e precisa ser provado. A palavra agora é prudência. Que cada vereador trate com responsabilidade. Teve um colega aqui que começou a colocar suposições. Existe uma denúncia que tem que ser apurada, após isso, cada vereador tem a liberdade de tomar uma posição. Mas, nada de precipitações ou opinar por aquilo que não foi provado”, disse.
O que diz a FMS?
Por meio de nota, a Fundação Municipal de Saúde explicou apenas que vai colaborar com a prestação de dados aos órgãos investigativos.
“A Fundação Municipal de Saúde (FMS) vai colaborar com todas as informações que forem solicitadas pelos órgãos de controle. Essa tem sido a prática exercida pela gestão da FMS”, informou a nota.
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