Estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) ocuparam a reitoria da instituição, por volta das 11h30 desta terça-feira (31), em protesto pela morte da aluna Janaína Bezerra, estuprada dentro da instituição. Eles pedem por mais segurança na instituição para evitar novos casos de violência física e sexual no campus.
Dentre as reivindicações estão monitoramento com câmeras, aumento da equipe de segurança e que o Hospital Universitário passe a atender aos alunos em urgência e emergência. Eles também pedem a criação de uma rede de apoio para combater assédios na Ufpi, a descriminalização das festas universitárias (calouradas), além de assistência social e psicológica à família de Janaína.
Aos gritos de “justiça”, os alunos relataram que aguardam diálogo direto com o reitor em exercício, prometido há três dias, quando a jovem morreu, e que só o que receberam foi a “nota falsa” da universidade.
A sala de reunião dos reitores foi ocupada e alunos se sentam nas cadeiras dos líderes da UFPI. Na manifestação, os estudantes reclamam falta de apoio da instituição para a família da vítima que, segundo Clara Bispo, integrante do Centro Acadêmico de Jornalismo, teve que pegar carona na caçamba de um carro para participar da vigília realizada na segunda-feira (30).
A ocupação acontece por tempo indeterminado e já foi garantido aos estudantes quentinhas pagas pela universidade para o almoço. Agora, uma assembleia é realizada na sala dos reitores com as reivindicações dos estudantes, que ressaltam não recorrer à violência, mas exigir justiça por Janaína.
Em entrevista à TV Clube, Viriato Campelo, reitor em exercício da UFPI, afirmou – antes da ocupação dos alunos – que uma comissão apura em âmbito administrativo a situação do aluno suspeito de matar Janaína.
“A universidade constituiu uma comissão de sindicância, constituída por três pessoas que compõem a universidade, inclusive pessoas relacionadas à área do Direito”, comentou. Segundo reitor em exercício, a comissão terá o prazo de 30 dias para verificar todos os acontecimentos relacionados ao fato.
“Isso vai nos proporcionar que a gente possa tomar as providências administrativamente. As ações penais são no âmbito externo da universidade”, disse.
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