
O vice-diretor do Centro de Ciências da Natureza (CCN), da Universidade Federal do Piauí, Jefferson Leite, afirmou que as alunas de pós-graduação em Matemática não querem mais frequentar a sala de estudos onde a estudante de jornalismo da Ufpi, Janaína Bezerra, foi vítima de violência sexual e física.
Janaína morreu logo após ser encontrada desacordada no local. O suspeito preso é aluno da pós e foi identificado como Thiago Mayson da Silva Barbosa.
“As meninas que tinham acesso à sala onde ocorreu o crime não querem voltar. E o principal motivo é o fato de terem convivido com o assassino. As alunas, assim como os professores, não sabem como encarar esse local”, pontuou o professor. Um colchão ensaguentado foi encontrado na sala, da qual o aluno tinha a chave e livre acesso.
Na manhã desta quarta-feira (1), a delegada Eugênia Villa, da Polícia Civil do Piauí, palestrou sobre violência de gênero, cultura do machismo e feminicídio no auditório do CCN. O evento foi aberto ao público. O professor defende que o feminicídio é um assunto que precisa ser abordado frequentemente com os alunos da universidade.
“Conversas sobre feminicídio e racismo, bem como discussões sobre gênero, deve ser permanente na UFPI, pois nós temos uma sociedade machista e isso se reflete na instituição. Os crimes contra mulheres sempre acontecem e as alunas daqui permanecem em silêncio, com medo. Por isso, trouxemos essa discussão hoje e esperamos que debater esses temas seja algo recorrente”, disse.
PROTESTOS
As manifestações pela morte da estudante de Jornalismo, Janaína da Silva, de 21 anos, continuam nesta quarta-feira (01), pelo Campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em Teresina.
Por volta das 10h, os estudantes deram início a um protesto com cartazes e bloquearam uma avenida próxima à instituição. Eles clamaram por justiça e pela saída do reitor Gildásio Guedes, além de relembrar o assassinado da vereadora Marielle Franco, ocorrido em março de 2018.
Em seguida, os manifestantes retornaram ao Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI, onde, mais cedo, foi realizada uma palestra sobre violência de gênero e cultura do machismo.
As atividades devem continuar à tarde, a partir das 16h, com uma roda de conversa, no auditório do Centro de Ciências da Educação (CCE). Um psicólogo foi convidado para falar durante a ação, que será aberta ao público.
Protestos contra morte de estudante na UFPI. (Foto: arquivo pessoal/ Pedro Melo)LEIA MAIS
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