Emanuel Pereira*
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O ciclo de vida das flores é um dos mais curtos da natureza: elas são cultivadas, desabrocham, embelezam o ambiente e, por fim, deixam memórias afetivas em quem se dedicou a cuidar delas. Mas, e se fosse possível eternizá-las? Esta é a missão de uma artesã residente no interior do município de Jatobá (PI), onde seu trabalho interrompe o murchar das pétalas e faz o artesanato local florescer.

Nesta matéria especial, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Portal ClubeNews apresenta a história da artista floral Francisca Daiane.  Coordenadora um projeto de valorização do artesanato, ela brilha ao dar espaço para outras artesãs brilharem.

A história de Francisca Daiane no mundo do empreendedorismo começa ainda na infância, quando morava com os avós. Em 2015, começou a fazer pinturas em tecido e adesivos para unhas para custear as despesas da universidade. Somente três anos depois, ela teve seu primeiro contato com a arte que transformou sua vida.

ARTE FLORAL

O realismo é a maior característica do trabalho de Francisca Daiane. Cada detalhe é feito com tanto cuidado que é impossível afirmar se as flores são reais ou artesanais. A caminhada para chegar à perfeição foi longa. Em 2018, ela fez seu primeiro curso, mas levou tempo até ela entender que seu talento poderia ser uma fonte de renda.

“Quanto mais pesquisava sobre o assunto, mais eu ficava encantada com as infinitas possibilidades que as flores nos oferecem. Então, continuei estudando e desenvolvendo novas técnicas, mas ainda relutava em perceber ser algo rentável”, disse.

No entanto, a jovem de 28 anos resolveu acreditar no seu potencial e investiu no setor. Agora, a artesã comemora a prosperidade do seu trabalho.

“Hoje, sou especialista em Artes Florais com toque de realismo, com flores e folhagens artificiais que se parecem com as plantas naturais. Criei meu ateliê e estou sempre acompanhando as tendências do mercado”, declarou.

ARTE NA PRAÇA

A dedicação e o talento levaram Francisca Daiane a coordenar um projeto denominado “Arte na Praça”, cujo propósito é valorizar o artesanato e os artistas locais.

Um grupo com mais de 60 profissionais, formado principalmente por mulheres, reúnem-se uma vez por mês, na Praça Valdir Fortes, em Campo Maior (PI), para expor e comercializar produtos artesanais.

“Comecei no projeto como expositora, mas esse ano me coloquei à disposição do grupo como coordenadora, pois acredito que, quanto mais pessoas envolvidas, maior será o crescimento desse lindo projeto”, destacou.

Com a evolução do projeto, os itens produzidos pela artesã já fazem parte da ornamentação de muitos lares piauienses e de outros estados. Assim, a prosperidade floresce cada vez mais em seu ateliê.

“Meu trabalho está ganhando visibilidade e as encomendas só aumentam. E esse foi um dos motivos pelo quais eu me tornei uma das coordenadoras do projeto. Quero incentivar novas artesãs a empreender com suas artes e mostrar que é possível viver do artesanato”, pontuou.

EMPREENDEDORISMO FEMININO

Francisca Daiane é uma idealista do empreendedorismo feminino. Ela acredita que o mundo dos negócios pode transformar a vida de todas as mulheres.

Para a artesã, alcançar o sucesso depende da resiliência das empreendedoras e de investimentos do poder público. “Vejo mulheres sempre em busca de novas formas de ganhar seu dinheiro, mas falta conhecimento técnico de como empreender da maneira correta”.

“Apesar de existirem vários mecanismos de assistência ao empreendedorismo, muitas das pessoas que se aventuram em empreender não os conhecem, pois não são levados àquelas que mais necessitam desse auxílio. Acredito que, se o poder público desenvolvesse de forma constante projetos de profissionalização para o público feminino em diferentes áreas sociais, teríamos um número menor de mulheres de situação de vulnerabilidade”, frisou.

No empreendedorismo, o público feminino necessita de audácia para exercer a liderança e a gestão dos negócios. Ao cumprir este propósito, ela acredita que outras mulheres vão seguir o exemplo e acreditar que conseguem realizar seus sonhos

“Se você é mulher e empreendedora, nada vai ser fácil. Pelo contrário, vão duvidar da sua capacidade profissional, vão tentar diminuir a mulher, pois a sociedade pensa que nascemos para obedecer e não para liderar. Ser mulher é ser liderança, é lutar contra o machismo, contra todo tipo de violência, é ser assistência e ser mão amiga Só assim conseguiremos ter uma sociedade justa e de direitos iguais”, finalizou.

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*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso

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