
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
A infância de Luana Karinne foi colorida pela sua paixão por canetas e pela papelaria. Nas suas viagens, sempre comprava canetas de múltiplas cores para guardar como recordação. E isso se tornou uma coleção com mais de 500 peças.
No início, ela acreditava que era apenas uma brincadeira de criança, mas, na realidade, este foi um pequeno esboço do seu futuro como empreendedora.
O despertar para o mundo dos negócios ocorreu quando ainda era pequenina. Já vendeu bijuterias na escola, acessórios femininos na internet e docinhos de festa. Não importa onde trabalhasse, ela sempre contou com o apoio de sua mãe.
“Cresci rodeada por mulheres muito corajosas e minha mãe é minha principal referência, pois, mesmo diante de todas as adversidades, ela nunca desistiu. Enfrentamos as dificuldades com muita determinação e aprendi desde muito cedo a correr atrás dos meus sonhos. Ela é minha maior inspiração e referência como mulher”, disse.
Aos 32 anos, a pedagoga divide o seu tempo entre a sala de aula e sua papelaria criativa. No mês dedicado às mulheres, ela comemora dois anos na área do empreendedorismo e exalta cada conquista proporcionada pelo seu trabalho.
O INCENTIVO DA IRMÃ
Luana enfrentou o mesmo problema que muitos brasileiros durante a pandemia da Covid-19. Ela e o namorado, Mateus, ficaram desempregados e não tiveram outra alternativa além de empreender. A maior incentivadora foi Lana, irmã da pedagoga.
“Durante uma viagem, ela me incentivou a abrir a loja; e meu namorado e eu embarcamos juntos neste sonho. No início, vendia apenas para familiares, até surgirem convites para participar de feiras de empreendedorismo em Monsenhor Gil e na capital (Teresina). Agora, levo o estande com os produtos para vários locais de Teresina aos finais de semana”, relatou.
COLORINDO VIDAS
A empreendedora conseguiu um emprego na área de formação e vive uma intensa rotina para conciliar os dois trabalhos. Apesar de ser desgastante, tudo é feito com muito amor e dedicação.
“Nunca deixo de fotografar os produtos, fazer lives, atender clientes e separar cada pedido com muito carinho. Embalo cada pacotinho como se fosse para mim, como se estivesse sempre vivendo aquela felicidade de ter o material escolar novinho na volta às aulas”, declarou.
A maioria dos clientes é formada por mães e crianças, que ficam encantadas com as cores e a criatividade dos produtos. Dessa forma, Luana se transformou em uma especialista em colorir a vida das pessoas.
“Recebo muito carinho das minhas clientes, que fazem questão de ir às feirinhas e divulgar a loja. Isso me deixa ainda mais entusiasmada com o meu negócio e tenho orgulho em dizer que sou especialista em colorir rotinas de trabalho e estudo com fofurices de papelaria”, pontuou.
MULHER EMPREENDEDORA
A pedagoga enfrentou o preconceito de pessoas conhecidas quando começou a empreender. Segundo ela, muita gente menosprezou seu trabalho, mas isso não abalou seu anseio de promover o crescimento do seu negócio.
“Ser mulher e empreendedora não é fácil, pois julgamentos são muito frequentes, já tentaram me ridicularizar pelo fato trabalhar pelas redes sociais e há quem pense que empreender não é profissão. Felizmente, as situações de preconceito não me abalam, porque eu também encontro muitas pessoas que apoiam”, frisou.
Para Luana, o incentivo ao empreendedorismo feminino por parte do poder público e da sociedade ainda é precário.
Realizar feiras e eventos com o intuito de ajudar pequenos negócios é necessário, porém, insuficiente. Mais investimentos neste setor pode trazer benefícios aos empreendedores e à população em geral.
“O investimento do poder público ainda é tímido. A maioria das feiras são custeadas pelos próprios empreendedores e os organizadores ainda encontram burocracia ao buscar espaços públicos para realizar os eventos. Acredito que seria relevante fomentar e facilitar a realização destes momentos, não só como estratégia de fortalecimento dos pequenos negócios e geração de renda, como também para democratização da cultura, entretenimento e lazer na cidade”, finalizou.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
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