29 de julho de 2025

Justiça determina afastamento do prefeito de Uruçuí por 180 dias após suspeita de desvio de recursos

Carlienne Carpaso

Editora
Publicado em 27/03/2023 11:53

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Prefeitura de Uruçuí – Foto: Prefeitura de Uruçui

O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) determinou a suspensão do exercício da função pública do prefeito Wagner Coelho, do município de Uruçuí, pelo prazo de 180 dias. A decisão é assinada pelo desembargador Erivan Lopes, do dia 24 de fevereiro de 2023.

O prefeito é investigado pelos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou valores oriundos de corrupção, crimes de responsabilidade e da lei de licitações.  Além dele, o Ministério Púbico do Estado do Piauí, através do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO, investiga outros empresários na área da construção civil.

Em decisão monocrática, o desembargador cita que “a investigação, até o presente momento, trouxe fortes sinais da atuação articulada de uma organização criminosa especializada em desvio de recursos públicos por meio da contratação (com sobrepreço)”. O dinheiro era desviado diretamente e/ou indiretamente (por meio de familiares, parentes e empresas) para o prefeito.

O Portal ClubeNews tentou contato com o gestor municipal e o espaço permanece aberto para esclarecimentos. A equipe de reportagem apurou que o prefeito aguarda os trâmites legais e, até o momento, não está oficialmente afastado do cargo.

A decisão do Tribunal de Justiça é uma afastamento cautelar de 180 dias, ou seja, sem decisão definitiva de mérito.

O ato de afastamento precisa ser formalizado pela Câmara Municipal de Uruçuí, pois existe a necessidade de fixação de um substituto.

OPERAÇÃO CERRADO

A “Operação Cerrados” foi deflagrada, no dia 20 de março, para investigar desvios de recursos públicos no município de Uruçuí, região Sul do Estado.

Conforme o promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Cláudio Soeiro, políticos e empresários se beneficiavam com a contratação da empresa por um valor menor que o estipulado, mas com sobrepreço.

O valor total do montante desviado ainda é desconhecido, mas o coordenador mencionou que um dos procuradores da empresa fez transações suspeitas no caixa eletrônico durante três anos.

Além de aparelhos celulares, documentos e computadores, a ação policial também apreendeu R$ 132 mil em dinheiro e cerca de R$ 700 mil em cheque. Ninguém foi preso.

No dia da operação, o prefeito Dr. Wagner Coelho, gestor da cidade, não recebeu informações sobre a operação e não teve acesso à autorização do cumprimento dos mandados. Um advogado está acompanhando o caso.

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