
Jonas Carvalho
jonascarvalho@tvclube.com.br
A Câmara Municipal de Teresina (CMT) adiou, pela quarta vez, a votação do empréstimo da Prefeitura de Teresina junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), no valor 38 milhões de euros – cerca de R$ 213 milhões. Os vereadores estavam na Casa, porém, como não estavam presentes no plenário, a sessão não foi iniciada.
O presidente da Câmara, Enzo Samuel, argumentou que a Comissão de Legislação e Justiça reivindica o envio de mais documentações antes que a matéria seja enviada ao plenário. Segundo vereador, a Prefeitura ainda não apresentou o impacto financeiro do empréstimo.
“Isso é importante para que a Câmara possa votar. Por exemplo, se hoje você me perguntar, eu não sei lhe informar porque eu não tenho esses dados. Veio o projeto nu e cru para esta Casa. Na hora que nós aprovarmos esse empréstimo, você não perguntaram mais quando será votado e sim os juros, as obras, a quantidade de casas. E eu preciso dessas informações”, respondeu o vereador.
A proposta de empréstimo foi votada e aprovada no dia 27 de maio de 2020. No entanto, o Tesouro Nacional solicitou reajustes na matéria. Assim, o texto que tramita na Casa para a apreciação dos vereadores é a retificação das mudanças feitas pela Prefeitura, já que a operação de crédito já foi aprovada no passado.
Base reduzida
A estratégia empregada pelo presidente Enzo Samuel não foi vista com bons olhos pelos membros da base. O líder da Prefeitura, vereador Antônio José Lira (Republicanos), não poupou críticas à articulação política do líder do Legislativo.
Antônio José Lira disse que esteve reunido com Enzo Samuel, na terça-feira (4), para acordar a votação da matéria nesta manhã (5). Após o encontro, o líder comunicou os vereadores sobre a votação, convocando a presença dos parlamentares. O pedido, no entanto, não foi acatado.
“Se alguém não concorda com o projeto, que venha aqui e vote contra. Não é para o Palácio saber, é para a população que votou nele. Eu cheguei 5h da manhã. Não quero aparecer nas costas de ninguém. É o meu coração que está sofrendo”, lamentou.
“Estava tudo certo, tivemos uma reunião antes da sessão, onde estava presente a grande maioria da Casa. Eu só tenho a lamentar. Respeito cada colega, jamais ficaria calado de dar uma opinião. Não estou apenas como líder, estou como cidadão, pai de família. Repito: se vereador não concorda com projeto, compareça, porque somos pagos para isso, e vote contra ou a favor”, arrematou.
REUNIÃO NO HORÁRIO DA SESSÃO
O vereador Ismael Silva (PSD) disse que os demais parlamentares foram chamados pelo presidente da Casa, Enzo Samuel (PDT), para participar de uma reunião no mesmo horário em que aconteceria a sessão ordinária desta quarta-feira (5). Alguns vereadores estavam no Salão Nobre, conhecido como “sala do cafezinho”, onde os parlamentares tomam café da manhã.
“Eu estava no plenário 7h30, todo mundo viu, está nas minhas redes sociais. Cheguei, me inscrevi no pequeno expediente para debater um tema importante da nossa cidade, mas fui convidado pelo presidente Enzo para participar de uma reunião coletiva com os demais parlamentares. Só que enquanto acontecia essa reunião, antes mesmo de encerrar, o presidente Enzo voltou ao plenário, abriu a sessão e encerrou por falta de quórum. Vejo com muita preocupação porque coloca em cheque o trabalho de quem quer fazer a coisa de maneira correta”, esclareceu.
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