
Os servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Teresina realizam, na manhã desta segunda-feira (17), um protesto no qual denunciam a insegurança que os trabalhadores enfrentam após dois socorristas serem baleados durante um atendimento a uma vítima de arma de fogo no último sábado (15), no bairro Vamos Ver o Sol.
Os profissionais também pedem por melhores condições de trabalho e reajuste salarial. O Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Piauí (Senatepi) também está à frente das mobilizações que acontecem nos dias 17 e 18 de julho, em frente a Central do Samu de Teresina.
O presidente do Senatepi, Erick Riccely, explica que as manifestações já estavam marcadas para acontecer nesta terça-feira (18) e reivindicariam a falta de reajuste salarial que, segundo o presidente, não acontece desde 2013. Mas, agora, por conta do ocorrido com a enfermeira e o motorista do Samu, decidiram realizar também nesta segunda.
“Nós queremos chamar atenção para as condições que os profissionais de trabalho passa. Enfermeiros tiveram o seu reajuste linear negado, ao mesmo tempo que a gratificação já está congelada há mais de 10 anos”, disse.
Erick pontou que, “no Samu, além dessas condições degradantes, risco que está sendo agora exposta a sua vida, o salário está defasado desde 2013. Vamos reivindicar, além do salário, as condições de segurança para gente que com certeza eles buscam aqui não só o bem-estar para eles, mas devolver isso em qualidade para a população”, acrescentou.
Condições precárias
Os problemas que os servidores enfrentam todos os dias são muitos, entre eles: ambulâncias sem giroflex, sem freio, sem portas e, muitas vezes, sem ar-condicionado.
Além disso, o socorrista do SAMU, Girleno França, comentou que as agressões aos servidores não é novidade. Por conta da precariedade dos equipamentos e ambulâncias, os atendimentos passam a demorar, e as pessoas que precisam de suporte ficam violentos.
“Quem está do outro lado, aflito e com medo, tem que ser atendido e, muitas vezes, esse medo acaba se transformando em revolta. E, por conta da demora, quando a equipe chega até o local é hostilizada e até agredida”, comentou.
França falou sobre o caso no último fina de semana, quando os amigos de trabalho foram baleados. “Os profissionais foram fazer o atendimento a uma vítima de agressão para arma de fogo e também foram agredidos por arma de fogo”.
“Até quando a gente vai ter que passar por isso? Trabalhando em condições inseguras, tentando salvar outra vida, mas colocando a nossa em risco. A gente cobra uma atitude, uma parceria do serviço com a Polícia Militar de modo que garanta o mínimo de segurança para os profissionais”, explicou.
O presidente do Senatepi, Erick Riccely, informou que a situação foi repassada para o poder público. “Notificamos a Fundação Municipal de Saúde para que ela busque uma relação mais próxima com a Secretaria de Segurança Pública e garanta uma prioridade na hora que tivéssemos ocorrências que envolvam qualquer tipo de agressão. E lembrar também a população que o fato do atendimento demorar não é culpa de quem foi atender”, detalha.
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Veja notas
A Prefeitura de Teresina e a Fundação Municipal de Saúde estão prestando toda a assistência aos servidores do SAMU baleados quando faziam um socorro.
O prefeito Dr. Pessoa entrou em contato com os familiares lamentando o ocorrido e se colocou à disposição, bem como de toda a estrutura da PMT, para ajudar os dois funcionários baleados e os familiares neste momento difícil.
O prefeito também está solidário com os outros integrantes da equipe do Samu, médico e a auxiliar de enfermagem, que com muito profissionalismo, realizaram a remoção dos atingidos até o Hospital de Urgência de Teresina-HUT.
A enfermeira foi atendida no HUT e depois transferida para um hospital. particular, teve alta e se recupera em casa. O motorista fez cirurgia no HUT, está internado e passa bem.