
Isadora Cavalcante* e Tiago Mendes/ TV CLUBE
isadora.cavalcante@tvclube.com.br
Mais de 60 pessoas procuraram a delegacia de Polícia Civil de Parnaíba, e afirmaram ser vítimas do golpe de falso consórcio. As novas denúncias surgiram após a prisão de quatro pessoas suspeitas de integrar um grupo que aplicava golpes contratuais no litoral do Piauí, durante a Operação Contemplatus.
Em entrevista à TV CLUBE, o delegado Abimael Silva, da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DEPATRI), de Parnaíba, conta que, apenas na manhã desta quarta-feira (26), foram abertos 46 boletins de ocorrência.
“Na manhã de hoje, registramos 46 boletins de ocorrência decorrente da deflagração da operação de ontem (25). As vítimas contabilizaram, só na data de hoje, mais de 218 mil reais. Nós tivemos que distribuir senhas devido à grande quantidade de vítimas que compareceram na delegacia de patrimônios”, destacou o delegado.
A ação foi deflagrada na terça-feira (25) e deu cumprimento a mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. As investigações apontaram que pelo menos 30 pessoas foram vítimas dos golpes e o que prejuízo ultrapassa R$ 200 mil. No entanto, após a divulgação da polícia, outras 46 pessoas foram à delegacia e afirmaram serem vítimas.
“As pessoas quando tiveram conhecimento da operação perceberam que estavam pagando por uma fraude de empresas que não são autorizadas para negociar e administrar consórcios e que gerou milhares de reais as vítimas”, disse o delegado Abimael Silva.
Os suspeitos são investigados por estelionato, fraudes contratuais de instituições financeiras, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Um dos presos foi identificado pela polícia como Leonardo Gabriel Silva de Sousa, sócio-administrador de uma empresa especializada na venda de cartas de crédito. Por meio de nota, a empresa LS Investimentos negou a prática de crimes contra o patrimônio e está contribuindo com as investigações da polícia.
Como funcionava o golpe
Conforme o delegado Abimael Silva, as vítimas relataram na delegacia que, após fazerem o contrato de consórcio com a empresa, davam uma entrada de 9 a 12% do valor do bem que pretendiam adquirir, porém, não eram contempladas.
“Aparentemente se tratava de um contrato tranquilo com uma empresa, de compra de imóveis, consórcios. A empresa solicitava uma entrada dizendo que facilitaria a contemplação ou recebimento mais rápido do imóvel. Passava o período estipulado, as vítimas não recebiam nada em troca e retornavam à empresa”, disse o delegado.
“Lá diziam ‘não, você realizou a compra de um consórcio e tem que aguardar uma contemplação’. Depois de seis meses, identificamos que não existe nenhum consórcio. Foram identificados documentos falsos, fraudes bancárias e crimes contra consumidores”, completou Abimael Silva.
Os investigados foram conduzidos para a Central de Flagrantes de Parnaíba para os procedimentos legais.
Nota de esclarecimento
LS Investimentos vem a público esclarecer os fatos amplamente divulgados na imprensa local em razão de expedição de mandados de busca e apreensão em face da empresa e de seus colaboradores.
Como é de conhecimento a empresa possui uma carteira de mais de 400 (quatrocentos) clientes da empresa que há anos se consolidou no mercado de venda e assessorias em consórcio no mercado de toda região norte.
Na data de hoje a administração da empresa foi surpreendida com a chegada de membros da DEPATRI-PHB, munidos de busca e apreensão, expedido de forma ilegal, pois é oriundo de decisão arbitrária em que o Ministério Público não tomou ciência do pedido de busca e apreensão, bem sequer existe denúncia.
A título de esclarecimento a investigação foi iniciada por delegado diferente do qual solicitou a medida de busca e apreensão, e talvez por falta de zelo e inobservância da garantia do devido processo legal, o delegado permitiu além da divulgação da operação a divulgação dos envolvidos, em processo protocolado sobre segredo de justiça.
Ademais a empresa que ora expede esclarecimento, solicita que aos clientes que se sentirem lesado compareçam até a delegacia do Patrimônio, que pontualmente todos os esclarecimentos serão dados, como tem sido, desde o início das investigações.
Infelizmente por falta de técnica em investigação, o pedido solicitado foi juntado sem a petição de esclarecimentos juntada pela parte investigada, fato este que por si só demonstra gravidade e parcialidade nas investigações. Cabe ainda ressaltar que antes mesmo das investigações a LS investimento não intermediava mais negociações em nome das instituições financeiras citadas no processo, que estariam supostamente agindo de forma ilegal no comércio de consórcios.
De fato lamentamos a espetacularização de modo que foi gerido o pedido e lamentamos ainda mais, uma decisão arbitrária de tal modo que o Ministério Público nem tomou conhecimento do pedido de busca e apreensão para emitir parecer sobre a legalidade.
Por fim reiteramos em que nenhum momento a empresa agiu por meio de seus representantes legais na prática de crimes contra o patrimônio ou de qualquer outro tipo e solicitamos ainda que os clientes que por direito se acharem lesado se dirijam até a DEPATRI-PHB, onde serão esclarecidos todos os fatos ilegalmente divulgados, bem como na esfera da 1ª Vara Criminal de Parnaíba – PI.
Reitera-se de modo a verdade dos fatos, qual seja, a empresa LS investimentos é uma empresa idônea que cumpre todos seus deveres legais e que contribui e contribui desde o início das investigações, sendo alvo de medida extrema e ilegal, que será devidamente reparada na justiça. Parnaíba, 25 de Julho de 2023. LS INVESTIMENTOS.
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Estagiário sob supervisão da jornalista Jonas Carvalho