
Malu Barreto e Eric Souza*
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A Justiça do Piauí concedeu liberdade ao médico Albert Basílio Mendes, suspeito de matar um morador de rua a tiros em Teresina, poucas horas após sua prisão nesta quarta-feira (2). O ortopedista aguardará o decorrer das investigações em liberdade.
Segundo o delegado Jorge Terceiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o médico negou a participação do crime. O juiz Valdemir Ferreira Santos, o mesmo que decretou a prisão temporária, revogou a medida a pedido da defesa do suspeito.
“[O suspeito] foi trazido à sede do departamento, acompanhado por diversos advogados, e interrogado por nós. Ele negou a participação no crime e realizou exame de corpo de delito. Agora, durante a tarde, recebemos uma decisão na qual o magistrado entendia que as condições para a prisão não seriam mais necessárias”, afirmou o delegado.

Albert Basílio foi liberado sem ser submetido a uma audiência de custódia devido ao caráter imediato da decisão de soltura. No entanto, caso novos elementos surjam nas investigações, o médico pode ser preso novamente.
“Vamos continuar na mesma toada. O procedimento irá acontecer normalmente com ele, ou qualquer outro suspeito, preso ou solto”, acrescentou Jorge.
Entenda o caso
O médico ortopedista foi preso nesta quarta sob suspeita de ter assassinado um morador de rua, Francisco Eudes, conhecido como “Cabeludo”, em 24 de abril do ano passado.
A prisão temporária foi comandada pelo delegado Jorge Terceiro, do DHPP, e ocorreu em uma clínica ortopédica no Centro de Teresina.
De acordo com o delegado Francisco Costa, o Barêtta, a vítima foi assassinada com dois tiros, um na perna e outro na cabeça, na Praça João Luís Ferreira, também no Centro da capital. A vítima teria supostamente quebrado o vidro do carro do médico.
“Consta que [o médico] parou um carro ali no Centro naquela noite e a vítima teria quebrado o carro para furtá-lo. Ele, juntamente com outra pessoa, com as características que já estão nos autos, desceu do veículo e efetuou os disparos. Trata-se de um homicídio qualificado”, apontou Barêtta.

Outro suspeito
No momento do assassinato, além do médico, outro homem também estava presente e, segundo Barêtta, teria ajudado na identificação do morador de rua.
“Ele estava com outra pessoa, nós [DHPP] já temos as características e ele está sendo ouvido agora, essa pessoa é no mínimo o coautor e também será indiciado nos autos do inquérito”, disse o delegado.
Recompensa
Ainda sobre a investigação, consta que o médico chegou a oferecer dinheiro para quem pudesse informar o autor do arrombamento do veículo.
“Ele ofereceu R$ 400 para quem informasse quem era o Cabeludo, depois aumentou para R$ 500 e saiu. Na primeira investida, os moradores de rua negaram, logo após ele volta e já vai em direção à vítima”, informou Barêtta.
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*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto