O anseio para estrear no grandioso espetáculo da vida fez a dançarina Ana Cristina Rodrigues nascer de forma prematura, no sexto mês de gestação. Mas antes de estrelar suas apresentações artísticas, ela teve de superar obstáculos e lutar pela própria existência.
Ao nascer, Ana Cristina permaneceu em uma encubadora durante três meses e respirou com ajuda de aparelhos. Resistiu bravamente às consequências da poliomielite, que a deixou em uma cadeira de rodas.
Todas estas adversidades foram insuficientes para interferir no futuro exímio desta mulher de 51 anos. Destinada a brilhar nos principais palcos de Teresina, Ana Cristina transformou sua cadeira de rodas em um instrumento de libertação, em vez de se aprisionar à ideia de que suas limitações físicas a impedem de realizar seus sonhos.
A dança foi a chave libertadora para a cadeirante transgredir o preconceito da sociedade, de cujas crenças equivocadas ainda insistem em colocá-la no cárcere da insignificância. A cada apresentação, ela encanta, emociona e proporciona, ao público, um olhar mais brando em relação às pessoas com deficiência física.
Na segunda matéria especial da série “No Palco da Vida”, em homenagem ao Dia do Artista, o Portal ClubeNews convida a todos a conhecer a trajetória de Ana Cristina Rodrigues, uma mulher que lutou, resistiu e venceu dificuldades para ser protagonista no espetáculo da vida. Em sua cadeira de rodas, ela deixou o anonimato dos bastidores e percorreu um caminho íngreme até chegar à notoriedade.
DANÇA EFICIENTE
Sua carreira no mundo artístico começou há cerca de 15 anos, ao ingressar no Projeto Dança Eficiente, desenvolvido especialmente para mulheres cadeirantes.
Ana Cristina foi convidada por algumas amigas a conhecer e fazer parte desta iniciativa. Desde então, ela se dedica à dança contemporânea e se apresenta em grandes centros culturais da cidade, como o Teatro 4 de Setembro.
A artista afirma que é muito especial a sensação de estar no palco e ser admirada pela plateia, além de poder superar seus próprios limites por meio da dança.
“A dança me permite mostrar que a minha deficiência não me atrapalha em nada. Mostra que eu posso fazer arte e muitas outras atividades. É uma forma de liberdade e esquecer dos problemas”, disse.
SER ARTISTA
Ana Cristina também enfrenta problemas de acessibilidade para chegar às aulas e ensaios, pois o transporte público destinado às pessoas cadeirantes ainda é precário.
Além disso, ela também critica a inoperância do Poder Público quanto ao incentivo à cultura e ao trabalho de artistas locais. Entretanto, ela tem a expectativa de que a Lei Paulo Gustavo, promulgada no último dia 8 de julho, possa transformar esta realidade.
“Esta legislação visa fomentar as produções artísticas e culturais. Espero que esta iniciativa proporcione maior valorização aos nossos artistas, principalmente aos cadeirantes”, declarou.
Independentemente dos percalços, Ana Cristina segue firme no caminho da arte para conquistar o público com seu talento. Ser artista ensinou a ela que nada é impossível a quem acredita em si mesmo.
“Eu jamais terei vergonha de mim. Pelo contrário! Tenho orgulho da mulher e da artista que me tornei. Ser artista me mostrou que eu posso tudo, inclusive dançar”, finalizou.
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