Muitos comerciantes protestaram no Shopping da Cidade, nesta manhã de quinta-feira (23/11), assim que as equipes de Segurança chegaram ao local para mais uma etapa da Operação Interditados, que combate o comércio de celulares furtados e roubados no Piauí.
Segundo os protestantes, as equipes policiais chegam ao Shopping da Cidade como se “todos fossem criminosos”. Eles comentam que as frequentes operações no local prejudicam as vendas de quem trabalha legalmente com os produtos, eletrônicos ou não.
Os manifestantes interditaram parte da via da Avenida Maranhão, em frente ao Shopping da Cidade, e o trânsito ficou lento na região.
O presidente do Sindicato dos Microempreendedores de Teresina, Péricles Veloso, questionou o horário no qual as operações acontecem. “Em outras operações, eles vão 5h, 6h da manhã. No Shopping (da Cidade) só entram no horário de 10h, faz um sensacionalismo. A polícia tem que fazer o trabalho dela, dizer quem é cidadão e quem é infrator”.
Já a presidente da Associação dos Microempreendedores do Shopping da Cidade, Neuraci Viana, defende que muitos trabalhadores estão no local corretamente. “Aqui tem pai de família, que trabalha direito. A gente não está contra ‘as batidas’, mas eles botam de uma forma que aqui só tem ladrão, prejudica todo o shopping”.
Para o comodatário do Shopping da Cidade, Pedro Santos, a situação está dificultando as vendas das lojas que não são alvos da operação. “Essas operações têm acabado com as nossas vendas, e com o nome do Shopping da Cidade. Em dia de operação, as vendas aqui ‘é zero’. Nós apoiamos o combate à criminalidade, mas não apoiamos da forma como está sendo feita”
Sobre isso, o secretário estadual de Segurança, Chico Lucas, esclareceu que a operação não “focou no Shopping da Cidade”.
“A gente quer ressaltar que o Shopping da Cidade é popular, como todos do Brasil. Nós focamos naquele que desempenham atividade ilícita. Então, nós verificamos in loco a existência de celulares roubados. O celular roubado, hoje, é o maior produto de crime. As pessoas usam como moeda de troca no mercado ilegal. Vamos continuar coibindo esse tipo de ocorrência, não só de quem comete, mas para quem compra”.
O secretário pontuou que as operações continuam até que o mercado ilegal de celulares roubados não aconteçam mais em um espaço gerido pelo poder público.
“Se a pessoa estiver vendendo celular roubado no Shopping da Cidade, ela vai, sim, ter que ser responsabilizada. E vai continuar sofrendo esse tipo de retaliação. Nós não vamos retroceder, por mais que haja protestos; nós estamos aqui para dialogar. Não vamos permitir que as pessoas usem um espaço legítimo para praticar crimes”.
OPERAÇÃO INTERDITADOS
Na manhã desta quinta-feira (23), a Superintendência de Operações Integradas (SOI), da Secretaria de Segurança Pública, deflagrou a operação Interditados VIII.
Essa operação prevê o “cumprimento a sete mandados de busca e apreensão em quatro lojas, sendo três localizadas no Shopping da Cidade, Centro da capital e uma loja on-line.
A SOI reforça que essa ação policial “tem como objetivo combater a comercialização de aparelhos celulares provenientes de furto e roubo. Os estabelecimentos comerciais tiveram suas atividades econômicas suspensas”.
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