
Oficialmente, no estado do Piauí somente foram confirmadas até o momento as variantes Gamma (ou P1), P2 e N9 do SARS-CoV-2, o coronavírus causador da COVID-19. Estas duas últimas variantes não receberam a nova denominação de uma letra do alfabeto grego devido a não serem consideradas variantes de preocupação.
As chamadas variantes de preocupação são assim denominadas por apresentar maior transmissibilidade, capacidade de causar doença mais grave ou menor neutralização pelos anticorpos produzidos pelo nosso corpo devido a infecção prévia por outra variante ou vacinação. A decisão por evitar chamar estas variantes pelo nome da região onde primeiro foram detectadas tem como objetivo não estigmatizar as populações da respectiva região.
Este reduzido número de variantes no Piauí contrasta com estados como São Paulo e Rio de Janeiro, onde mais de 30 linhagens já foram identificadas, embora a variante que mostrou melhor adaptação à transmissão no Brasil seja a variante Gamma, a qual surgiu em Manaus, disseminando-se por todo o país, sendo a causa atualmente de 9 em cada 10 casos de COVID-19 no Brasil. Contudo, a variante Delta do coronavírus foi primeiro detectada no Brasil em tripulantes indianos de um navio que chegou ao nosso vizinho estado do Maranhão em maio deste ano.
Atualmente, há outros casos identificados tanto no Maranhão como em outro vizinho nosso, o Ceará, bem como em vários outros estados brasileiros. Como explicar, então, que não haja casos da variedade Delta no Piauí? A explicação pode passar pelo exame que detecta qual a variedade de SARS-CoV-2 que está causando a doença de uma pessoa com COVID-19: o Sequenciamento Genômico. Este exame de elevada complexidade permite “ler” todo o material genético do vírus, permitindo, assim, a identificação das mutações que caracterizam as diversas variantes, podendo, inclusive, identificar quando uma nova variante surge.
Infelizmente, no Piauí, em contraste com o que ocorre com outros estados mais desenvolvidos da nação, o sequenciamento genético é feito numa proporção muito pequena de casos, mesmo para os números amostrais usualmente reduzidos da vigilância epidemiológica. Esta situação, contudo, deve estar com os dias contados no Piauí. A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) anunciou a análise de um grande número de amostras colhidas entre março a julho deste ano de pacientes do Piauí com COVID-19. Este trabalho permitirá uma maior definição das amostras que circulam ou circularam pelo nosso estado.
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