22 de agosto de 2025

É bom ver as pessoas vencendo!

Karina Matos

Publicado em 27/09/2021 14:40

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Foto: Getty Images/ BBC

Em meio aos primeiros dias de Olimpíadas 2021, eu choro junto com os que vencem, choro com as histórias deles. E por que tanta emoção? Porque eu sei que vencer exige esforço, exige renúncia, exige mudança, exige frear e acelerar, exige controle emocional, exige arriscar, exige sair da ordem, voltar a ordem, exige ser diferente e não perder a essência, exige viver da fé do trabalho até acontecer, exige ação e também paciência, exige sonhar antes, exige visualizar antes, exige SER antes de TER.

E talvez, aí esteja um dos grandes motivos de poucos chegarem lá; é uma geração buscando desenfreadamente o TER antes de SER. Explico melhor: SER é saber quais são os seus valores, o que te motiva, quais são seus recursos internos, o que te faz levantar em um dia ruim, aquilo que vai continuar em você mesmo que você perca o emprego por qual tanto lutou, mesmo que a pessoa que prometeu passar a vida inteira com você tenha te enganado e ido embora, mesmo que você tenha perdido alguém muito importante na sua vida, mesmo que você perca a competição, mesmo que não te convidem para a festa e tantos outros obstáculos que apareçam no caminho.

SER é o que te mantém de pé, quando você se olha com carinho, com cuidado e com compaixão e se perdoa e perdoa os outros também e usa o que era motivo de dor para crescer. É assim que eu vejo os campeões: eles usam o que é motivo de dor para crescer e nos ensinam o quanto um momento ruim não nos define, a não ser que você deixe isso acontecer. Eles nos ensinam o poder de construção, de melhora contínua, de esforço, de persistência, de constância.

A geração do TER só aprendeu a se comparar, a querer ser melhor do que o outro: o melhor tênis, o melhor carro, a melhor casa, o melhor emprego, a melhor roupa, a melhor bolsa para provocar no outro um sentimento de inferioridade e em si o de superioridade.

Só que, de verdade, quem é superior, não busca provocar sentimentos de inveja, comparação ou inferioridade no outro. Uma pessoa firmada no SER espalha luz e abundância por onde passa, ela se agiganta cada vez que serve com excelência, que faz as pessoas ao seu redor se sentirem melhores com elas mesmas, que mesmo vulnerável vai lá e ajuda.

Aliás, uma marca de quem tem a identidade firmada no SER é a vulnerabilidade, ela não tem medo de chorar, de dizer que erra, de pedir perdão, de perdoar, de mostrar suas fraquezas e vejam como os campeões olímpicos são exatamente assim. Porque pra você ser um campeão de verdade, primeiro é preciso enfrentar os próprios medos, não se alcança o próximo nível sem arriscar, um campeão tropeça, um campeão erra, e em contrapartida, um campeão ama intensamente o que escolheu, um campeão carrega dentro de si a marca da gratidão e do respeito pelo esforço do outro, pela história do outro. Um campeão não se define na vitória, ele se define no caminho, no que ele faz antes de chegar até o pódio.


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