22 de agosto de 2025

“Inflação dos combustíveis” na mesa

João Victor

Publicado em 28/09/2021 20:46

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Foto: diario ecologia

Essa semana foi anunciado mais um aumento dos preços dos combustíveis derivados do petróleo somente no ano de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, a gasolina e etanol encareceram em 39,65% e 57,27%, respectivamente. Essas altas recorrentes, que desafortunadamente não surpreendem mais os brasileiros, têm sido as principais responsáveis pela inflação que já acumula 9,22% entre julho de 2021 e o mesmo mês do ano passado. Ora, visivelmente a conta não bate. Como explicar para o brasileiro que a inflação está “tão baixa”, se mal se consegue fazer o supermercado do mês? O que tem a ver o supermercado com a alta dos combustíveis?

Entender a inflação no cotidiano é mais complexo e mais simples que entendê-la nos noticiários. É mais complicado porque muitas vezes não faz sentido o aumento anunciado dos preços com o que se verifica na prática a cada nova ida ao mercado. Mais simples, porque se sente e se tem uma noção mais real de como de fato tem evoluído seu poder de compra ao longo do tempo. A inflação, alta generalizada, contínua e persistente dos preços em determinado país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), tem como um dos principais componentes os combustíveis, principalmente porque eles influenciam em praticamente todos os outros preços.

Talvez quem não tenha transporte próprio ou não use transportes públicos deve estar pensando que isso não faz sentido ou que é pouco importante se o preço dos combustíveis aumenta ou diminui. Aí é que se engana. O transporte brasileiro é majoritariamente rodoviário. Praticamente tudo o que consumimos em nossas casas foi transportado por algum caminhão. O combustível mais caro, encarece os fretes. Fretes mais caros, encarecem as prateleiras dos supermercados. O petróleo mais caro, encarece os nossos alimentos. Com tudo mais caro, falta dinheiro para tantos dias no mês.

Ora, mas por que então o índice acumulado do IPCA foi “somente” 9,22% nos últimos 12 meses? Isso acontece porque, em meio à pandemia, a demanda por muitos produtos e serviços caiu, principalmente relacionados a lazer e turismo, o que “puxou” os preços gerais para baixo, contendo a inflação. Porém, o trabalhador que gasta o pouco que tem com alimentos e com transporte, sentiu o fantasma da inflação muito mais vivo e é quem está pagando o preço geral na economia. Afinal de contas, comemos petróleo. Ou não?


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