Endividamento das famílias chega a 74% e bate recorde, diz CNC

Cartão de crédito é o grande vilão do endividamento das famílias

Número de pessoas com dívidas em atraso também cresceu – Foto: Marcelo Casal/ Agência Brasil

As famílias brasileiras estão mais endividadas do que nunca. Foi o que apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira (4) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). O índice de endividamento das famílias chegou a 74% e bateu o recorde da série histórica iniciada em 2010. Na comparação anual, a alta foi de 6,8 pontos, o maior incremento da série histórica de um ano para o outro.

A pesquisa da CNC leva em conta dívidas como cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa. Por outro lado, o estudo da confederação aponta que os indicadores de inadimplência caíram pelo segundo mês seguido, apesar das recentes altas dos juros e do recorde no endividamento.

“O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso atingiu 25,5% do total de famílias, 0,1 ponto menor do que o nível de agosto, um ponto abaixo do apurado em setembro de 2020”, informou a CNC.

De acordo com a pesquisa, a parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso caiu 0,4 ponto percentual, para 10,3%. Na comparação com setembro de 2020, o recuo foi de 1,3 ponto.

Quem é o vilão?
A pesquisa revelou ainda que o cartão de crédito é o grande vilão do endividamento das famílias. Do total de famílias endividadas, 84,6% fecharam setembro devendo no cartão de crédito, um novo recorde para a modalidade e aumento de 5,6 pontos na comparação anual. Na sequência aparecem as dívidas com carnês de lojas (18,8%) e o financiamento de carro, citado por 13,2%.

Já o tempo de comprometimento com dívidas tem aumentado desde o final do primeiro trimestre. Entre os inadimplentes, o tempo médio de atraso caiu, passando de 61,9 dias em agosto para 61,6 em setembro. Os atrasos acima de 90 dias chegaram a 41,4%.”A inflação corrente mais alta tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as na faixa de menor renda. Alimentos, medicamentos, transportes e energia são os grupos de itens com maiores altas nos preços e aqueles de maior peso na cesta de consumo do brasileiro de renda média e baixa”, apontou a CNC.

Segundo o levantamento, a queda na inadimplência “demonstra o esforço das famílias em manter os compromissos financeiros em dia, com renegociação e melhor controle dos gastos”.

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Fonte: Confederação Nacional do Comércio


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