"Indiciado nunca quis contribuir com investigações", diz delegado sobre caso de estupro

Polícia emitiu alerta para autoridades de todo o país sobre o foragido

Delegado Lucy Keiko. Foto: Jonas Carvalho/ ClubeNews

Jonas Carvalho e Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br

O estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira é procurado pela polícia em todo o Brasil e considerado foragido. Ele é suspeito de estuprar  quatro crianças em Teresina.

O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, informou que o inquérito está praticamente concluído e o objetivo agora é prender o estudante. “A prisão foi decretada porque já temos todos os elementos necessários: indícios suficientes de autoria, a materialidade do crime, a necessidade de garantia da ordem pública e a garantia da aplicação da lei penal”, disse em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (13).

Luccy Keiko afirmou ainda que a polícia já sabia que teria dificuldades de localizar o acusado. “O indiciado, em nenhum momento, demonstrou interesse em contribuir com as investigações. A defesa ficou de apresentá-lo na semana passada e não houve essa apresentação. Desde o início o indiciado não foi sequer localizado para ser intimado. As diligências para localizá-lo em Manaus também nunca foram frutíferas. Desde que foi emitido o mandado de prisão já estava claro que haveria dificuldade porque ele já estava propício a se esconder”, revelou.

A polícia confirmou que enviou informações sobre o mandado de prisão de Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira para todas as autoridades que possam ajudar na captura do foragido. “Estamos fazendo um serviço profundo de inteligência junto a outros estados para prendê-lo e divulgando a imagem dele em canais de denúncia anônima para saber quem pode indicar o paradeiro. Acreditamos que vamos obter êxito em breve”, afirmou Keiko.

Criança contou sobre “maninho”
A mãe de uma das vítimas, hoje com 13 anos, citou os sinais que a filha deu após os abusos sexuais iniciarem. Os detalhes servem de aviso aos pais e responsáveis para perceber que algo de errado está acontecendo na vida da criança ou adolescente. A criança de 13 anos é prima do suspeito.

“Dificuldade de convivência com outras pessoas. Ela tinha dificuldade de relacionamento, com homens, com os tios, os primos. Ela conseguia conviver com as meninas, com as minhas irmãs, as primas. Ela tinha um medo a uma figura masculina, desde os seus seis, sete anos. As alterações mais recentes foram nas notas. Teve a questão da automutilação e a depressão agravou bastante”.

Das quatro vítimas, duas são irmãs do estudante. Em conversa com uma psicóloga, uma criança de três anos relatou que o “maninho” beijava suas partes íntimas.

Provas suficientes
O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, informou ainda que está plenamente comprovada no inquérito a participação de Marcos Vitor nos crimes.

“Há varias formas de provar o estúpro, inclusive de vulnerável, praticado com outros atos libidinosos. Foi percebida, com a escuta especializada, a fragilidade das vítimas em razão dos abusos sofridos”, contou Keiko à imprensa.

O delegado falou ainda que as crianças não precisarão ser ouvidas novamente. “A legislação mudou há algum tempo e a vítima hoje é ouvida somente uma vez, a prova é colhida já em juízo. Essa coleta de provas foi feita pelo Poder Judiciário com participação do Ministério Público”.

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