Um balanço do número de feminicídios no Piauí aponta que o estado chegou à triste marca de 21 assassinatos de mulheres até outubro. A quantidade de mortes já é maior do que o total de feminicídios de 2020. Ao todo são 8 feminicídios na capital e 13 no interior este ano.
Em Piracuruca, a tentativa de feminicídio da advogada Antônia Marlúcia Brito Escórcio, chocou o estado. Ela foi atingida por golpes de faca na região do peito e está internada na UTI do Hospital São Marcos em estado grave. O suspeito do crime é o ex-namorado da advogada que, segundo a Polícia Civil, já foi preso.
O motivo do crime teria sido o fim do relacionamento. A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Piauí (OAB-PI) e Subseção de Piripiri emitiram uma nota relatando que estão acompanhando o caso e cobrando das autoridades competentes as devidas providências. “É inadmissível e injustificável a escalada de violência contra a mulher em razão de seu gênero. Neste caso específico, uma mulher advogada, reconhecida pelos relevantes serviços prestados à sociedade de Piracuruca e região”, diz a nota.
A delegada da polícia civil Thaís Paz alerta que o feminicídio é um crime anunciado. “Há uma trajetória de sofrimento dessa mulher. É uma violência progressiva, que se inicia com agressões verbais, evolui para agressões físicas, para insultos, injúria, difamação, ameaças. Então esse crime anunciado dá pra ser evitado. Precisamos pedir que as denúncias ocorram para que a mulher possa romper esse ciclo de violência física e emocional”, disse a delegada.
Thaís lembrou que o aplicativo Salve Maria tem ajudado mulheres a fazer a denúncia e outras pessoas da rede de apoio a manterem a identidade preservada anonimamente. “Pelo aplicativo a mulher pode acionar o botão do pânico quando sofre a agressão e a polícia vai até o local. Não precisa nem dar o endereço porque ele funciona por geolocalização”, lembrou.
A delegada indicou ainda que outras formas de denunciar a agressão à mulher são as delegacias especializadas e o número 180.
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