
Carlienne Carpaso
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Uma jovem de 19 anos chora ao relembrar dos abusos sofridos durante a adolescência. Ela é uma das vítimas do estudante Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, já indiciado pelo crime de estupro de vulnerável contra três crianças, sendo que duas são irmãs do suspeito. Marcos continua em local desconhecido. Há mandado de prisão expedido contra ele.
A reportagem do Bom Dia Piauí, da TV Clube, viajou a uma cidade do interior do Piauí para conversar pessoalmente com a jovem. Abalada, ela relembra das cenas do abuso que sofreu dos 12 aos 14 anos, quando visitava as irmãs do estudante de medicina, em Teresina.
Ela não tem mais contato com o agressor há pelo menos cinco anos. A jovem disse que além dos abusos físicos, o rapaz a amedrontava afirmando que ninguém iria acreditar nela se o deletasse a alguém.
“Sempre ficava as meninas ‘tudo junto. A gente ficava jogando no celular, assistindo. E, do nada, sem as pessoas perceberem, ele me trancava dentro do quarto e pegava nas minhas partes íntimas. Ele sempre falava que se eu falasse ninguém ia acreditar em mim, que ele era um bom menino na frente da família dele, que ninguém nunca ia desconfiar. Eles iam me julgar, que eu estava mentido. Eu me arrependendo de nunca ter dado algum sinal”, diz a jovem.
Foragido
A delegada da Polícia Civil do Piauí, Camila Macêdo, conta que o jovem já foi procurador por vários endereços em Teresina e na cidade de Manaus onde cursava Medicina.
“A Polícia fez diligências em quatro endereços dele em Teresina. Ele não foi localizado. Um quinto endereço foi fornecido pelo advogado dele, mas não consta como endereço dele ou de familiar dele. Em Manaus, do endereço que ele fazia faculdade de Medicina desde meados de setembro, não comparece mais, nem no apartamento que ele residia. Ninguém sabe o paradeiro dele”, disse a delegada.
A Polícia Federal já emitiu alertas nos aeroportos para tentar localizá-lo. A ex-madrasta do estudante, mãe de duas vítimas crianças, também conversou com a reportagem do Bom Dia Piauí. “Ela (a filha) disse que desde os cinco anos de idade que o Marcos Vitor mexe com ela. Ela, com muita dificuldade, me confirmou. Ela chorava e ela tremia para falar. Pelo que eu consegui colher das meninas, ele chamava para o quarto dele. E aí trancava a porta, fechava a porta, e aconteciam os abusos, de tocar”, afirmou a mãe das crianças.
Para a delegada, “ele se aproveitava da ingenuidade sexual das menores para confundir brincadeiras de crianças com a prática de atos sexuais”, diz a delegada Camila Macêdo, que acompanha os casos.
O delegado geral Luccy Keiko fala sobre o inquérito. “Quando há um decreto de prisão preventiva é porque a polícia conseguiu juntar indícios o suficiente da autoria, materialidade do crime e a questão da garantia da ordem pública. São fatos graves que não podem se repetir”, comentou o delegado.