Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br
A semana foi turbulenta no mercado financeiro do Brasil com a expectativa política sobre a possível demissão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Na sexta-feira (22), depois de oscilar bastante, o dólar reverteu a alta e passou a cair, e a bolsa de valores reduziu as perdas. Mesmo assim, a moeda norte-americana teve a pior semana desde julho, e a bolsa registrou a pior semana desde o início da pandemia de covid-19.
O dólar comercial encerrou a sexta-feira (22) vendido a R$ 5,627, com recuo de R$ 0,04 (-0,71%). No pico da sessão, por volta de meio dia, a cotação chegou a R$ 5,75. O movimento só se inverteu no meio da tarde, após o ministro Paulo Guedes garantir que não pediu demissão e dizer que os gastos públicos deverão cair de 19,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 18,5%, mesmo com o Auxílio Brasil de R$ 400.
Mesmo com a queda de sexta, a moeda norte-americana encerrou a semana com alta de 3,16%. Essa foi a maior valorização semanal desde a semana terminada em 8 de julho, quando a divisa tinha subido 4%. Em 2021, o dólar acumula alta de 8,44%.
Para os piauienses esse assunto pode parecer distante de quem não investe em ações ou faz transações internacionais, mas a oscilação do dólar tem impacto direto na vida de toda a população do país. Conheça agora mais de 10 produtos que sofrem influência da variação do dólar e saiba como isso afeta o seu bolso.
Pão francês: o dólar alto impacta o valor de produtos no supermercado e até na padaria, já que o trigo usado na fabricação do pão é importado.
Eletrônicos: essa categoria é uma das mais afetadas pela alta do dólar, já que a maioria dos produtos, mesmo os fabricados no Brasil, conta com peças importadas da China.
Combustíveis: como se não bastasse o litro da gasolina já passar dos R$ 7 em Teresina após os últimos aumentos anunciados pela Petrobras, esse também é um item que sofre com a alta do dólar. Isso porque a cotação do petróleo no mercado internacional impacta o preço da gasolina e do diesel no Brasil. Além disso, por terem seus preços definidos em dólar, são afetados pela valorização da moeda brasileira.
Remédios: boa parte dos medicamentos é importada pelo Brasil ou produzida aqui com componentes vindos de fora, por isso esses produtos podem ficar mais caros com a alta da moeda americana.
Viagens: principalmente as passagens aéreas internacionais, bem como hospedagem e alimentação no exterior são negociadas em dólar pelos brasileiros.
Café e suco de laranja: apesar do Brasil ser produtor desses produtos, o preço deles é cotado em dólar no mercado internacional e está sujeito às influências da taxa de câmbio.
Energia: parte da energia consumida no Brasil vem das termelétricas que consomem diesel, cujo preço é definido com base na variação barril do petróleo, em dólar. Dessa forma, com a alta da moeda norte americana, pode haver repasse para as tarifas pagas pelo consumidor. Outro fator é que o Brasil compra, em dólar, a parte da energia produzida pela metade paraguaia de Itaipu que não é utilizada pelo país vizinho.
Itens de limpeza e higiene: devido a importação de artigos químicos necessários para a fabricação de produtos de limpeza, higiene pessoal e beleza como cremes e desodorantes, o preço desses itens também pode subir.
Carne: esse também é um produto produzido no país, mas com maior valor fora do Brasil, é mais interessante exportar que manter o produto no país. Além disso, vários itens necessários à pecuária e agricultura são cotados em dólar, a exemplo das rações e fertilizantes.
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