
Kelvyn Coutinho
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Com o avanço da vacinação, diminuição da média móvel de mortes diárias e ocupação de leitos de UTI, alguns estados e municípios brasileiros estão flexibilizando o uso de máscara em locais abertos. A máscara é o principal equipamento de proteção individual (EPI) utilizado para barrar a transmissão da Covid-19 desde o início da pandemia, decretada pela OMS em março de 2020. No Piauí, aposentar as máscaras ainda não é uma realidade, mas autoridades já cogitam a possibilidade de um “Natal sem Máscaras”.
O Governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), foi um dos primeiros a falar sobre o assunto, ainda no mês de outubro. Dias comentou à época que o comitê científico da entidade estudava a possibilidade de um “Natal sem Máscara” para os nove estados da região. Na oportunidade, a diretora de Vigilância Sanitária, Tatiana Chaves, comentou que para o estado viver o “Natal sem Máscara” é preciso que pelo menos 80% da população esteja imunizada.
Atualmente, o Piauí conta com 71,23% da população vacinada com pelo menos uma dose de vacina contra o coronavírus e 47,87% totalmente imunizados com as duas doses ou a vacina de dose única. Apesar disso, alguns municípios têm adotado novas medidas restritivas para conter uma alta de casos registrada nas últimas semanas.
Em entrevista coletiva concedida nessa quarta-feira (3), o governador foi questionado sobre o assunto e afirmou que a decisão de liberar ou não o uso de máscara só será tomada em dezembro e que os governadores dos estados do Nordeste irão respeitar o posicionamento técnico do comitê científico do Consórcio.
“Já estamos liberando um número maior de pessoas que estão podendo participar de eventos, ainda seguindo as regras sanitárias. A decisão [de flexibilizar o uso de máscara] nós vamos ter que tomar em dezembro, quando alcançarmos cerca de 80% da população vacinada com pelo menos uma dose. Nós tivemos um número de óbitos abaixo de 300 no último mês no Brasil. Devemos ter um posicionamento da ciência para a tomada da decisão e, onde se caracterizar que não há mais uma pandemia, é possível a suspensão da máscara”, disse Wellington.
Apesar de reforçar que a decisão seguirá parecer do comitê científico, o governador diz sonhar com o “Natal sem Máscara”, mas apenas para quem respeitou os protocolos sanitários e tomou a vacina.
“Eu sonho com um Natal sem Máscara para quem fez o dever de casa, para quem cumpre regras, então é sobre isso que nós estamos debruçados, tanto do Consórcio Nordeste como no Fórum dos Governadores do Brasil integrados com o comitê científico”, comentou o chefe do Executivo piauiense.
Wellington Dias reforçou ainda que a decisão será tomada em conjunto pelos governadores do Nordeste, afirmando que estados que tomam a decisão isolados enquanto outros vizinhos mantém a restrição, podem correr mais riscos.
“Nós vamos tomar uma decisão conjunta, a ideia é não ser uma decisão só do Piauí, porque se um estado toma uma decisão isolada e os outros não, isso termina tendo riscos. A medida que a gente flexibiliza a gente tem que ampliar os cuidados de busca ativa, do monitoramento, do acompanhamento, ou fazemos isso pelo menos em uma região como o Nordeste ou é impossível, na minha visão, um estado fazer sozinho, veja que quem faz isoladamente termina tendo efeitos colaterais”, completou o presidente do Consórcio Nordeste.
Estados e municípios flexibilizam uso da máscara
Após o Rio de Janeiro, capital, desobrigar o uso de máscaras em lugares abertos e sem aglomeração, o Governo do Estado do Rio sancionou a lei que possibilita que a flexibilização seja feita por todos os municípios do estado que atinjam uma lista de requisitos da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Até essa quarta-feira (3), além da capital fluminense, Duque de Caxias e Niterói também adotaram a medida.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também publicou um decreto nessa quarta-feira que desobriga o uso de máscaras em ambientes abertos como ruas, clubes e parques no DF.