PIB: Piauí tem redução de 0,6% em 2019 e cai para 25ª posição no país

Soma das riquezas do estado foi de R$ 52,78 bilhões em 2019, segundo IBGE

 

Moedas (Foto: Carlienne Carpaso)

Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br

Depois de dois anos com crescimento acima da média para o Brasil e para a região Nordeste, o Piauí apresentou retração no Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Superintendência Cepro/Seplan. A queda foi de 0,6% no estado em relação a 2018 equivalente a R$ 52,78 bilhões, enquanto o Brasil registrou alta de 1,2% e atingiu R$ 7,389 trilhões. O PIB do Piauí, soma de todas as riquezas produzidas pelo estado, caiu para a 25ª posição da variação em volume no ano.

Os estados brasileiros que apresentaram os maiores crescimentos no PIB foram Tocantins, com 5,2%, seguido de Mato Grosso, com 4,1%, e Roraima, com 3,8%. Além do Piauí, também tiveram retração no PIB os estados de Mato Grosso do Sul (-0,5%), Pará (-2,3%) e Espírito Santo (-3,8%).

Para a diretora de estudos econômicos e sociais da Superintendência Cepro/Seplan, Rebeca Nepomuceno, o ano de 2019 foi bom para a economia do estado e o resultado se deve ao crescimento da indústria no Piauí.

Ainda de acordo com a economista, esta é uma das atividades que mais conferem solidez à economia por estar menos sujeita a oscilações como a agricultura e o comércio. “A indústria é um setor menos vulnerável aos fenômenos de curto prazo e, portanto, mais adaptável as crises”, analisa.

No caso da agricultura, ela explica que há impacto direto de fenômenos climáticos e o comércio é afetado por fatores sociais – como a pandemia de Covid-19, desde o início de 2020.

Setores

Na análise por setores, a Indústria cresceu 1,9% em razão principalmente do desempenho da atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, que apresentou variação em volume de 5,3%, graças ao aumento da geração e distribuição de energia elétrica no estado.

Os setores da Agropecuária e de Serviços foram os principais responsáveis pelo resultado negativo do PIB do Piauí em 2019. A Agropecuária representou 8,0% do total da economia piauiense em 2019 e registrou variação negativa de 4,5%, em relação a 2018. De acordo com o IBGE, a explicação para a queda foi a redução na produção de soja, de 2.469.650 toneladas de grãos em 2018 para 2.325.951 toneladas em 2019, redução de 143.699 toneladas, o que equivale a uma queda de 5,8%.

O resultado negativo da produção foi provocado pelas condições climáticas desfavoráveis durante o plantio, bem como pelo aumento do preço de insumos agrícolas e redução na participação no mercado internacional.

O setor de Serviços registrou queda de 0,6%, mas continua sendo o grupo de atividades mais representativo na economia do Piauí, além de ter elevado sua participação, de 77,6%, em 2018, para 79,7%, em 2019.

Nordeste

No Nordeste o resultado do PIB foi positivo em 1,2% atingindo R$ 1,047 trilhão. O resultado de 2019, porém, foi inferior ao alcançado em 2018, de 1,8%.

“Nossa posição relativa permanece a mesma no Brasil e no Nordeste em termos de participação na composição do PIB.  Mas nossa posição no ranking caiu do 21ª para 25ª. Ou seja, somos o terceiro menor PIB da Federação. Logo isso afeta diretamente o PIB per capita”, destacou Rebeca.

PIB per capita

Apesar do aumento de 4,55% no PIB per capita do Piauí em 2019 com relação a 2018, o estado continua na lanterna brasileira, atrás apenas do Maranhão e com valor quase seis vezes menor que o Distrito Federal.

O PIB per capita no Piauí atingiu R$ 16.125,00 – aumento de R$ 692,95 em relação a 2018, quando registrava R$ 15.432,05. Ainda assim, no Brasil, o estado fica atrás apenas do Maranhão, com PIB per capita de R$ 13.757,94.

Para a diretora de estudos econômicos e sociais da Superintendência Cepro/Seplan, Rebeca Nepomuceno, a explicação é simples. “Somos o segundo menor PIB per capita porque somos o terceiro menor PIB da Federação”, resume.

No topo da tabela estão Distrito Federal, com R$ 90.742,75, equivalente a quase o triplo do valor nacional e 5,6 vezes o valor do Piauí. Em seguida, São Paulo (R$ 51.140,82) e Rio de Janeiro (R$ 45.174,08).

Desde 2002, quando se iniciou a série das Contas Regionais, Piauí e Maranhão se alternam nas duas últimas posições nesse ranking, aponta o IBGE.

Sobre o PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todas as riquezas (bens e serviços) produzidas por um país, estado ou cidade. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas. Em 2019 o PIB do Piauí foi de R$ 52,78 bilhões. O PIB do Brasil atingiu R$ 7,389 trilhões e o PIB do Nordeste R$ 1,047 trilhão no mesmo período.

Já o PIB per capita é o valor das riquezas “por cabeça”. O cálculo do PIB per capita é feito com o valor total do PIB dividido pelo número de habitantes de uma região. É usado como indicador para medir a riqueza de uma região, mas não representa as condições sociais, visto que o IBGE considera a distribuição igualitária da economia para efeito do cálculo.

Para que serve o PIB?

O PIB funciona como um termômetro da economia e ajuda a entender se o país melhorou ou piorou durante aquele período no que se refere à produção de riquezas. Quando há um aumento do PIB isso indica que a economia vai bem. Por outro lado, se há uma retração do PIB quer dizer que a economia não está crescendo.

Acompanhar esse indicador também é importante para que os países e estados estabeleçam comparativos entre eles e em relação a períodos anteriores.

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