Kelvyn Coutinho
kelvyn@tvclube.com.br
O recente aumento do número de novas infecções e óbitos por coronavírus no Piauí tem despertado a preocupação de especialistas. De acordo com os dados epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), no mês de outubro foi registrado um aumento de 37,5% de mortes em relação a setembro. Já o número de casos confirmados teve um aumento ainda maior, de 136%.
Para o professor e pesquisador Emídio Matos, membro do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI), é precoce se falar em pós-pandemia, já que a literatura médica prevê que ainda ocorrerá uma quarta onda, que será relacionada ao adoecimento mental da população.
“É um alerta importante porque não existe ainda um pós-pandemia. Toda a literatura aponta que nós viveremos uma quarta onda, não do vírus em si, mas do adoecimento mental e não podemos negligenciar esse adoecimento da população, então a gente vai falar sobre Covid ainda por muito tempo”, mencionou o professor.
“Os estudos mostram que cerca de 80% da população que teve a doença leve, moderada ou grave vai ter algum tipo de sequela. Essa população precisa ser atendida, vai precisar do sistema de saúde e nós precisamos fortalecer o SUS, as equipes de atenção básica, para atender essa população e nos preparar para esse adoecimento mental”, completou.
Emídio Matos chamou a atenção também para a crescente taxa de mortalidade da população mais idosa, havendo a necessidade do reforço da vacinação dessas pessoas. O pesquisador reforçou também que também não é hora de abandonar as medidas de proteção contra a Covid-19, como uso de máscaras.
Segundo o professor:
- No mês de outubro, o Piauí registrou 88 óbitos por Covid-19, segundo dados da Sesapi, um aumento de 37,50% em relação a setembro;
- Destaca-se que o aumento de óbitos foi maior entre aqueles com 80 anos e mais, variando de 22 óbitos em setembro para 39 em outubro;
- Do total de óbitos em outubro, 44,32% foi no intervalo de idade 80+; 26,14% entre 70 e 79 anos; 13,64% entre 60 e 69 anos; 4,55% entre 50 e 59 anos; 6,82% entre 40 e 49 anos; 3,41% entre 30 e 39 anos; 1,14% entre 20 e 29 anos; já abaixo de 20 anos não foram registrados óbitos no mês de outubro;
- Esses dados revelam a necessidade de reforço na vacinação dos idosos longevos, além de todas as medidas não farmacológicas para o controle da pandemia em nosso estado.
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