
Thálef Santos
thalefsantos@tvclube.com.br
Mãe de quatro filhos, Kiria Regina transformou a dor em amor com a doação dos órgãos da filha mais velha, que faleceu aos 22 anos. Kiria Regina conta que a decisão não foi difícil já que sempre apoiou esse ato de solidariedade e de empatia com o próximo, inclusive conversava com os filhos sobre a importância desse assunto.
Ela conversou com o Portal ClubeNews e disse que, para a família, a doação de órgãos não é algo pesado, mas um sentimento de bondade para todos. Ela afirma que doar é apoiar e aliviar a dor das pessoas.
Kiria também é mãe de um rapaz de 21 anos e de duas meninas gêmeas de 14 anos.
“Tenho mais três filhos que também apoiam a doação, uma das meninas, de 14 anos, estava perguntando já há uma semana sobre doação de sangue. Ela ainda não pode, mas quando puder com certeza vai doar”, afirma a mãe.
Doação de órgãos durante a pandemia
O psicólogo e coordenador do setor de Doação de Órgãos do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Eduardo Moita, explica como funciona a doação de órgãos durante a pandemia da Covid-19, que provocou uma redução no número de doadores.
Eduardo relata que primeiro o doador faz o teste suave para analisar a presença do vírus da Covid-19. O portador de HIV (vírus da imunodeficiência, causador da aids) e as pessoas com presença detectável de Covid têm restrições para a doação de órgãos, regulamentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde.
Dentro do processo de doação é feito um levantamento da condição do paciente. Após o diagnóstico do Instituo de Medicina Legal (IML) de morte cefálica no paciente, a família é chamada por outra equipe, diferente da que entrega o laudo para evitar envolvimento com a família, em respeito aos processos éticos necessários.
A equipe vai conversar com a família para mostrar a importância e relevância da doação de órgãos; explicar como a doação muda a vida das pessoas.
O coordenador do HUT afirma que “muitas pessoas não entendem, acreditam que seja uma ‘mutilação’ ou algo ruim, mas não é. Você estaria contribuindo com muitas famílias. A doação não deixa apenas quem recebe feliz, mas também uma família inteira e amigos daquele paciente.”
Capacitação
O HUT está realizando uma capacitação de profissionais para mediar essa conversa com as famílias. O objetivo é de que a ideia positiva sobre a doação esteja presente no corpo de funcionários e que o mesmo pensamento de empatia seja repassado para as famílias, para assim reestabelecer a condição de saúde e vida de muitas pessoas.
“Nós salvamos vidas, não julgamos quem não queira doar. Temos que trabalhar a ideia a cada dia, que a grande maioria vai querer doar. Vamos buscar diminuir a fila de espera do transplante, por que só quem está nela sabe o sofrimento de aguardar um órgão.”
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