Pesquisa do IBGE aponta que o Piauí está entre os estados que mais perderam qualidade de vida entre 2017 e 2018. Seguindo tendência nacional, o estado apresentou pioras em indicadores socioeconômicos, os quais foram agravados a partir de 2020, em função da crise da Covid-19. O cenário nacional se agrava pela crise institucional em torno da educação pública, refletida na maior taxa de abstenção do Enem desde 2005. Todavia, o Piauí figura em destaque em comparecimento ao exame, o que pode nos dar indicativos positivos sobre o futuro da sociedade piauiense.
A educação é elemento fundamental para a transformação social, não somente do indivíduo, mas também da sociedade, que se beneficia da democratização do conhecimento e do aprimoramento da qualidade do trabalho. Todavia, apesar do entendimento comum acerca da importância da educação, o Brasil tem convivido com a desestruturação das redes públicas de ensino, principalmente desde o estabelecimento da PEC do Teto de Gastos em 2017 e em decorrência da proliferação de pautas anticientíficas e elitistas, emergentes a partir da crise. Não por acaso, indicadores socioeconômicos gerais têm se reduzido desde então.
O Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) elaborado pelo IBGE mensura a condição de vida dos brasileiros a partir de indicadores ligados à educação, moradia, transporte, lazer e serviços financeiros, e indica que somente Santa Catarina não piorou em condições entre 2017 e 2018.
O Estado do Piauí figura como o 7º estado que mais perdeu qualidade de vida ao passo que foi o 6º estado com pior desempenho econômico no mesmo período. O desempenho econômico do Estado que quanto maior for, menos há perda de qualidade de vida, foi ruim em virtude da elevação do endividamento da população, da redução do acesso a educação, seja pela redução de despesas com educação ou mesmo pela menor frequência de estudantes na escola.
Outro elemento agravante foi a perda de acesso a serviços públicos, os quais sabidamente são mais importante para os grupos mais pobres da população.
Em meio a um cenário tão complicado e com perspectivas tão negativas, há um alento relativo a Educação. Em 2021, houve o menor nível de inscrições no Enem desde 2021, em todo o Brasil, o que evidencia a exclusão educacional de grande parte da população brasileira. Porém, o Piauí foi o segundo estado com maior taxa de comparecimento, o que reflete a vocação do nosso povo para a educação, mesmo em meio à dificuldades advindas dos cortes orçamentários a nível nacional e estadual.
Isto parece indicar caminhos esperançosos para o Estado. Educação abre portas e supera fronteiras da miséria e do obscurantismo, porém é preciso que toda sociedade se atenha a isso e que se concretize em políticas públicas, pois o discurso por si só é incapaz de lidar com os atrasos estruturais brasileiros, tão evidentes no estado do Piauí.
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