Perto de completar dois anos de pandemia, as crianças fazem parte de um dos públicos mais impactados pelos efeitos do isolamento. Sem socializar, trancadas, muitas vezes em apartamentos, a maioria delas passou a vivenciar o mundo por telas de computador e celular.
Ir ao contrário do mundo virtual, resgatando brincadeiras ancestrais e o prazer de estar junto vivendo uma aventura, o TRISCA#3 – festival de arte com crianças – acontece este fim de semana, em Teresina.
Nos dias 11 e 12 (sábado e domingo), o festival ocupa a biblioteca pública estadual Cromwell de Carvalho – terraço, quintal e a “nave” serão cenários para “acontecimentos” pensando por artistas, músicos e produtores para serem vividos por crianças de todas as idades. No domingo, a Feira Verde Teresina se junta ao festival, em sua 10º edição.
“Pra gente é muito importante garantir esse lugar de festival como uma festa, um festejo, um lugar de cruzamento, de encontro, de tempo junto”, explica Soraya Portela, uma das produtoras do Canteiro, responsável pela realização do TRISCA.
Layane Holanda, artista curadora do festival, explica que a própria pandemia trouxe o eixo curatorial do projeto. “Essa realidade vivida pelas crianças sinalizou o que a gente queria discutir nesta edição”, comenta. “Acreditamos que até certa idade, esse estímulo à tela tem sido excessivo nas crianças”.
Pensando na segurança dos participantes, o festival seguirá todos os protocolos sanitários comprovadamente eficazes no combate a Covid-19 – uso de máscara obrigatório e álcool em gel disponível – além de atividades acontecendo ao ar livre e sessões com limite de participantes.
Um dos “acontecimentos” por exemplo, o Bubble Dance, é uma pista de brake dance e hip hop no sabão. “Água e sabão matam o coronavírus e tá tudo certo”, brinca Layane.
O desafio da produção, este ano, foi criar espaços/experiências que passem pelas emoções vividas nos últimos tempos – propondo que as pessoas possam voltar a se aproximar com segurança.
“As crianças passaram por muitos momentos de privação no ano passado e neste viveram o excesso de informação”, observa Layane. “Acolher o que a gente sente, o que a gente vive e ir na direção da alegria foram coisas que povoaram o nosso imaginário ao pensar a programação”.
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