Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br
Motoristas do transporte alternativo intermunicipal realizaram um protesto na frente do Palácio de Karnak, sede do Poder Executivo estadual, na manhã desta segunda-feira (20).
O protesto aconteceu após uma decisão judicial que anulou o decreto estadual que permitiu o retorno das vans às estradas e determinou a anulação das autorizações feitas a partir do decreto.
Os motoristas estacionaram os veículos na frente do Karnak e solicitavam uma reunião com representantes do Governo do Piauí. O presidente da Cooperativa Mista de Transporte Alternativo do Piauí (Coomitapi), Miranda Neto, classificou a decisão como uma “armação”.
“Na realidade, foi uma grande armação para cima do governador, da vice-governadora, para caçar o decreto, que do qual foi transitado em julgado e a licitação de 2013 foi anulada pelo Tribunal de Contas. Nós só estamos dizendo isso porque estamos cansados. Estamos falando a verdade e queremos que o governo tome posse disso, porque os transportes e as pessoas estão prejudicados”, comentou Miranda Neto.
A decisão afeta mais de 40 veículos que fazem o transporte de passageiros entre 117 municípios do Piauí. Raimundo Nonato Santos é motorista do trecho que leva passageiros de Morro do Chapéu até Teresina, a mais de 200 km de distância, e reclama que agora está impedido trabalhar.
“A situação não está boa, tanto para a gente que transporta quanto para o passageiro. Para nós, está se acabando tudo, com os carros parados”, disse o motorista.
Os passageiros que necessitam diariamente do transporte intermunicipal também reclamaram e se dizem prejudicados pela medida. A situação é ainda pior para pessoas como a dona de casa Maria Iolanda Pereira, que mora em Parnaíba e faz tratamento médico em Teresina.
“Eu queria pedir encarecidamente a vocês que não tirassem essas vans que fazem linha para Teresina, porque a gente precisa. Eu moro em Parnaíba e preciso viajar para Teresina fazer meu tratamento”, pediu a dona de casa.
Até a publicação desta reportagem, os motoristas não haviam sido recebidos pelo governo. A Secretaria Estadual de Transportes informou que respeita a decisão da Justiça, e que deve fazer cumprir a ordem judicial através da fiscalização.
*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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