Série conta a história da heroína brasileira que salvou judeus do nazismo

Aracy, o Anjo de Hamburgo, ajudou a liberar passagens de judeus em destino às Américas durante o nazismo

O casal Aracy de Carvalho e João Guimarães Rosa, interpretados na minissérie. (Foto: reprodução)

Thálef Santos
thalefsanto@tvclube.com

A minissérie “Passaporte Para Liberdade” estreia nesta segunda-feira (20) na TV Globo e conta a história da paulista Aracy de Carvalho, brasileira que morou na Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial e ajudou vários judeus a fugirem do nazismo.  Funcionária do consulado brasileiro em Hamburgo, ela encontrava meios de contornar as regras, confrontando os governos alemão e brasileiro para conseguir emitir vistos e ajudar judeus a imigrarem para as Américas.

Sophie Charlotte, de 32 anos, interpreta a personagem na Minissérie. A atriz nasceu em Hamburgo, na Alemanha. O papel foi abraçado pela atriz com felicidade, não apenas pela cidade de sua origem, mas pela personagem exemplo de uma luta tão grande que lhe deu o apelido de “Anjo de Hamburgo”.

Comoção

Aracy chegou a Hamburgo em 1934 com seu filho de cinco anos. Lá ela chefiava o setor de passaportes do consulado brasileiro e ajudou a salvar judeus do holocausto. A ordem do governo brasileiro da época, Getúlio Vargas, era de não conceder vistos de entrada no Brasil a pessoas de origem semita.

“A jornada da Aracy é muito poderosa. Vivê-la em cena me despertou para a importância de se ter coragem na vida, de agir pelo coração, seguir adiante sem temer, não deixar o medo tomar conta. Essa coragem virou um grande lema na minha jornada”, afirmou Sophie Charlotte a um site da Rede Globo. “A série é um convite à ação. A gente pode ter um discurso lindo e não fazer nada, ou ser absolutamente reservado e transformar a vida das pessoas – que foi o caso da Aracy.”
O Anjo de Hamburgo, Aracy de Carvalho. (Foto: reprodução)
Companheiro
Antes de se tornar escritor, João Guimarães Rosa (1908-1967) chegou a Hamburgo para trabalhar como vice-cônsul. Tinha pouco mais de 30 anos. Passou a ajudar os perseguidos, especialmente quando assumiu a posição do cônsul, que, em janeiro de 1939, saiu de férias e voltou ao Brasil. Casado e pai de duas meninas, o mineiro se apaixonou por Aracy e faleceu em 1967.
Rodrigo Lombardi faz o papel do escritor mineiro. “O João Guimarães Rosa, quando conheceu essa guerreira, era só um cara”, observa. “Chega (depois, ao Brasil) e se torna um dos maiores autores de todos os tempos. É impossível acreditar que ele tenha escrito tudo o que escreveu sem se lembrar do que viveu na Segunda Guerra. É de uma riqueza tamanha essa história”, diz o ator.
Guimarães Rosa, anos 1960. (Foto: reprodução)
Produção

Criada e escrita por Mario Teixeira com colaboração da inglesa Rachel Anthon, a minissérie foi dirigida por Seani Soares. O elenco conta com Tarcísio Filho, como o cônsul Souza Ribeiro (que assinou, sem saber, os vistos para judeus); Gabriela Petry, como Taibele Bashevis, judia dividida entre o sonho de ser cantora e a necessidade de estar perto da família; o alemão Peter Ketnath, que vive o capitão nazista Thomas Zumkle, apaixonado por Aracy; e Bruce Gomlevsky, no papel de Hugo Levy, judeu que recebe ajuda da jovem brasileira.

São 13 atores estrangeiros – entre eles, o britânico Thomas Sinclair Spencer, a israelense Sivan Mast, o italiano Jacopo Garfagnolli, a polonesa Izabela Gwizdak e o americano Brian Townes. As gravações foram realizadas em inglês e dubladas em português. Devido à pandemia, houveram várias interrupções. Iniciada em 2020, a minissérie foi concluída em maio deste ano.
Capa da nova Minissérie “Passaporte Para Liberdade”
*Sob supervisão da jornalista Lucy Brandão

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