Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br
Um exame de DNA confirmou que a ossada humana que foi encontrada no mês de outubro na região entre as localidades Olho d’Água e Lagoa do Portinho, na zona rural de Parnaíba, é de Maria das Dores de Oliveira, de 64 anos.
A confirmação saiu depois de dois meses que moradores encontraram os restos mortais divididos em dois sacos. Maria das Dores é a mãe da pedagoga Íris Maria Oliveira. A filha conta que, antes de desaparecer, a mãe teria dito que ia para um evento e estava bem.
“Ela me disse que ia para um evento e estava bem, aí eu voltei para a minha residência. Pela noite, eu recebi uma mensagem dela dizendo que não iria mais para esse evento, que estava indo para a casa de uma amiga em Ilha Grande e que não era para eu ficar preocupada”, disse a filha, que contou ainda que o último contato com a mãe ocorreu no dia 8 de setembro.
Dois dias depois da troca de mensagens entre a pedagoga e a mãe, uma mulher não identificada foi até a casa da vítima e entregou uma bolsa com documentos e pertences dela, que teriam sido encontrados no Centro de Especialidades do bairro Piauí, em Parnaíba.
Íris, preocupada com a mãe, iniciou uma busca com a família que durou mais de 30 dias. No dia 25 de outubro, moradores do bairro Planalto acionaram a polícia quando encontraram os restos mortais de uma pessoa, divididos em dois sacos plásticos.
“Naquele momento foi como se abrisse um buraco e eu caísse dentro. Aí eu precisei que ir naquele lugar horrível que é o IML e verificar, mas mesmo eu vendo tudo aquilo lá, os vestígios que poderiam ser ela, eu não quis acreditar. Então a gente solicitou um exame de DNA”, contou Íris.
Um inquérito policial foi aberto para apurar o crime. O delegado regional de Parnaíba, Eduardo Ferreira, afirmou que as investigações estão avançando.
“A gente sabe que está avançando, e avançando bem. Eu acompanhei uma parcela da investigação. Nós temos que entender também que tivemos uma avalanche de crimes na planície litorânea e esses crimes estão sendo apurados com o maior zelo e dedicação dos policiais da Delegacia de Homicídios”, comentou o delegado.
A onda de violência em Parnaíba elevou para 82 o número de homicídios registrados na cidade em 2021, realidade nunca vista antes.
Recentemente, como forma de enfrentar a onda de crimes, a troca do comando do 2º Batalhão da Polícia Militar foi anunciada pelo Comando-Geral da PM. O novo comandante do 2º BPM, tenente-coronel Erisvaldo Viana, declarou que a polícia está trabalhando para reduzir a criminalidade e que conta com o apoio das demais forças de segurança.
“A solução não está apenas no trabalho da Polícia Militar. Há a necessidade de que as outras instituições estejam ombreadas conosco, afim de que nós possamos manter a paz social na nossa cidade”, disse o comandante.
Enquanto isso, quem perdeu alguém para a violência, só quer justiça, para tentar diminuir o tamanho da dor.
“Minha mãe não merecia. E tem um vácuo aqui dentro que não vai se fechar. E a gente quer justiça. Queremos saber quem foi, quero pelo menos olhar para a cara dessa pessoa, não importa quem seja. Se foi alguém próximo de mim ou distante. Só quero perguntar o porquê”, reivindicou Íris.
*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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