Kelvyn Coutinho*
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O Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) está realizando durante essa semana fiscalização em clínicas e laboratórios que vendem testes para Covid-19. Segundo o órgão, foram constatados estabelecimentos comercializando os testes com valor mais de 200% acima do preço de mercado.

O chefe de fiscalização do Procon, Arimatea Arêa Leão, afirmou que o aumento dos preços pode ter sido causado pela falta de testes em alguns estabelecimentos, já que as farmácias de Teresina não possuem mais o produto em estoque e os testes estão sendo comercializados apenas em clínicas e laboratórios.

“Iniciou-se esse trabalho de fiscalização nas farmácias e nas clínicas, onde realiza esses teste covid e há uma constatação considerável na margem de lucro. Em uma determinada farmácia nós encontramos um teste com o aumento de mais de 100%. Então se com pararmos as farmácias que não tem mais testes com as clínicas e laboratórios que ainda tem testes, temos um aumento de mais de 200%. Nas farmácias, nós encontrávamos testes para covid por R$ 79 e agora nas clínicas tem preços de até R$ 350”, declarou Arimatea.

Além dos estabelecimentos privados, a falta de testes para detecção do coronavírus afeta também a rede pública de saúde. O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, informou que devido à ausência de testes para compra no mercado, o Ministério da Saúde orienta que sejam testados apenas pacientes com sintomas graves da doença.

“O Ministério da Saúde emitiu uma nota para que quem tiver testes ainda, suspenda a testagem de assintomáticos, para que esses testes sejam utilizados apenas em casos graves. Não tem mais a orientação de fazer teste em assintomáticos, nem aqueles que tiveram contato com quem está com Covid. Também quem está com sintomas leves, já não tem mais orientação para testagem”, disse Gilberto.

O presidente da FMS comentou que a testagem seguirá para todos os públicos apenas até sexta-feira (28), mas que a partir da próxima semana a orientação do ministério será seguida em Teresina.

“Como nós já tínhamos traçado a programação desta semana, nós continuaremos até sexta-feira com a mesma metodologia usada durante as outras semanas. Mas pela ausência de teste no mercado, tanto no público como no privado, nós teremos que nos adequar às orientações do Ministério da Saúde a partir de segunda-feira”.

“Não tem mais previsão [de chegar mais testes], porque a indústria farmacêutica não tem mais matéria prima para fabricá-los. Por isso que o Ministério da Saúde mudou a recomendação. Nem na rede privada, já não tem teste na grande maioria, não tem mais produção. Por isso que deveremos mudar com o que ainda temos, para que a gente possa adequar àqueles que mais precisarem”, completou o gestor.

*Sob supervisão da jornalista Lucy Brandão.