Presos por fraude ao INSS realizavam empréstimos consignados para pagar vantagens indevidas

Já foram identificados 553 benefícios com sólidos indícios de fraude, os quais causaram prejuízo efetivo ao INSS no montante aproximado de R$ 11,2 milhões

Foto: Polícia Federal

Os membros da organização criminosa – alvos de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (28) – chegavam a acompanhar os falsos beneficiários  do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) até as agências bancárias para realizar empréstimos consignados.

Segundo a Polícia Federal, o dinheiro arrecado pelos empréstimos consignados era destinado ao pagamento das vantagens indevidas aos servidores do INSS.

O delegado Reinaldo Camelo, da Delegacia Federal em Parnaíba, relatou que quatro mulheres e um homem foram presos durante a operação, que também apreendeu R$ 51 mil e dois veículos, dentre outros materiais.

As mulheres buscavam por pessoas para participar do crime. O homem seria servidor do INSS em Parnaíba; ele foi afastado hoje do cargo.

“[As mulheres] presas hoje tinham a missão de buscar falsos beneficiários  para protocolar novos requerimentos. Elas também tinham a ponte, o vínculo direto com o servidor público para fazer com que esses processos tivessem tramite rápido, sem documentação adequada”.

Um dos investigados nessa operação chegou a ser gerente executivo de uma agência do INSS no Piauí, mas já estava afastado por envolvimento em outras fraudes.  Ele foi afastado durante operação da Polícia Federal de Teresina, no ano passado.

A organização criminosa produzia e usava documentos falsos para instruir processos de aposentadoria rural e de auxílio-maternidade.

“As diligências continuam. Nós vamos analisar todo o material apreendido com o propósito de identificar outras pessoas responsáveis por arregimentar falsos beneficiários”, disse.

Foto: Polícia Federal

CRIMES

A organização criminosa buscava por pessoas que eram arregimentadas e que cediam os seus dados pessoais para fraudar os benefícios. “A partir desses dados, os integrantes da organização produziam documentos falsos e davam entrada em pedidos, principalmente, de aposentadorias”.

“Esses pedidos eram direcionados aos servidores envolvidos na organização criminosa, que providenciavam de imediato o deferimento desses requerimentos, mesmo sem a mínima documentação adequada. O pagamento das vantagens indevidas ocorria logo após o deferimento dos benefícios, quando o beneficiário era acompanhado pela organização criminosa até as agências bancárias para fazer empréstimos consignados”.

Os falsos beneficiários ficavam recebendo a sua aposentadoria por tempo indeterminado.

As equipes cumpriram 12 mandados judiciais nas cidades de Teresina e Parnaíba, entre mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Todos expedidos pelo juízo da 1ª Vara Federal de Teresina (PI).

VALORES

No decorrer das investigações, a Polícia Federal informou que “já foram identificados 553 benefícios com sólidos indícios de fraude, os quais causaram prejuízo efetivo ao INSS no montante aproximado de R$ 11,2 milhões (valores já sacados)”.

“Todos os benefícios serão revisados administrativamente, com estimativa de prejuízo evitado de R$ 114,1 milhões”.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações iniciaram no ano de 2019 “no âmbito da Força Tarefa Previdenciária e Trabalhista no Estado do Piauí, unidade de Parnaíba (PI)”.

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