A exigência do comprovante de vacinação com as duas doses da vacina contra a Covid-19 para permanecer em bares e restaurantes no Piauí tem gerado polêmica entre empresários e clientes.
Enquanto alguns estabelecimentos já comunicaram a necessidade de apresentação do cartão de vacina; outros estão se posicionando contra o decreto do Governo do Estado, divulgado nesta semana para conter o avanço dos casos positivos no Piauí.
O embate não está restrito aos empresários. Em diversas redes sociais, inclusive no perfil da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Piauí, clientes se posicionam contra ou a favor da medida. Tem cliente falando até que vai deixar de frequentar ambientes se não pedirem o passaporte na entrada dos estabelecimentos.
Um cliente pontuou que “exigir passaporte de vacina é uma defesa do próprio negócio. Quanto mais gente vacinada no seu estabelecimento, menor é a probabilidade de seus funcionários serem contaminados e afastados”. Outro reforça que exigir o comprovante é incentivar ainda mais a vacinação para ajudar a alcançar o “fim da pandemia”.
Já outra cliente defendeu que ninguém deve ser obrigado a se vacinar. Outro disse que exigir a vacina é um “abuso” do poder público.
Em conversa com o Portal ClubeNews, alguns empresários, que preferem não se identificar, disseram que passaram a adotar o passaporte em respeito ao decreto.
O empresário Adriano Portela teme que as exigências do novo decreto possam diminuir mais uma vez o fluxo de clientes.
“Pode gerar grandes conflitos nos nossos clientes, pois bares e restaurantes não podem receber através de decreto função fiscalizatória como condição para funcionar. Fomos um dos setores mais atingidos durante a pandemia. Não é possível que sejamos obrigados a seguir normas e obrigações que causem atritos desnecessários com os nossos clientes”.
Aumento de casos
Foram 3.687 casos confirmados da doença em todo o Piauí nos dois primeiros dias de fevereiro. Em todo o mês de janeiro de 2022 foram 9.765 casos de Covid-19.
A vacinação contra a Covid-19 é essencial para reduzir o número de casos positivos da doença, além de barrar com mais eficiência a transmissão entre as pessoas.
Nota – Abrasel
Em nota, a Abrasel Piauí pontuou que “a exigência do passaporte da vacina em bares e restaurantes decretada pelo governador do Piauí, Wellington Dias, é uma medida inócua e injusta”. A entidade defende maior divulgação de campanhas educativas para vacinação.
“A Abrasel defende e apoia a vacinação! […] Contudo, diferentemente da vacinação, o passaporte é um tiro no pé. Exigi-lo traz uma falsa sensação de segurança para a sociedade por parecer que essa medida contém a disseminação do vírus”.
De acordo a Abrasel Piauí também “traz mais custos aos estabelecimentos em um momento em que eles lutam para sobreviver, afinal, quem tem que pagar um funcionário extra para ficar na porta agindo como polícia e de forma autoritária barrar famílias e turistas? O bar e restaurante, é claro”.
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Nota da Abrasel sobre a exigência de passaporte de vacina em bares e restaurantes.
A exigência do passaporte da vacina em bares e restaurantes decretada pelo governador do Piauí, Wellington Dias, é uma medida inócua e injusta. A Abrasel defende e apoia a vacinação! Inclusive, sendo uma das primeiras organizações do país a se manifestar em uma campanha pública sobre a necessidade de vacinar a população. Contudo, diferentemente da vacinação, o passaporte é um tiro no pé. Exigi-lo traz uma falsa sensação de segurança para a sociedade por parecer que essa medida contém a disseminação do vírus.
Muito mais eficiente seria investir em medidas que todos sabemos ser efetivas: campanhas para estimular a vacinação, incentivar a obediência aos protocolos, estimular que quem estiver com sintomas fique em casa e procure ajuda médica. Eficiente também seria garantir os testes para que os trabalhadores recebam tratamento correto e fiquem afastados apenas o tempo necessário.
A medida decretada neste dia 1º de fevereiro no Piauí, ainda é injusta, pois traz mais custos aos estabelecimentos em um momento em que eles lutam para sobreviver, afinal, quem tem que pagar um funcionário extra para ficar na porta agindo como polícia e de forma autoritária barrar famílias e turistas? O bar e restaurante, é claro.
O decreto, com validade imediata, também não dá tempo para que os estabelecimentos preparem adequadamente um colaborador para que possa ficar na porta fazendo a exigência adequada e tenha a possibilidade de avaliar com eficiência qualquer documento apresentado. O que também torna a medida ineficiente.
Que nossos governantes cuidem do que de fato faz a diferença e não atuem com diversionismo. Esperamos que o governador do Piauí perceba o erro e a injustiça que comete e volte atrás nessa decisão, afinal precisamos apoiar o que funciona: a vacina sim. O passaporte vacinal não.
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