Febre, dor de cabeça ou no corpo são sintomas causados pelo novo coronavírus, mas também podem ser sinal de alerta para outras doenças que já eram comuns antes da pandemia. Você sabe diferenciar os sintomas da dengue dos sinais de uma síndrome respiratória como a Covid-19? O portal ClubeNews explica.
Segundo o médico infectologista Nayro Ferreira, as síndromes respiratórias possuem características mais visíveis que a dengue e apresentam um quadro clínico puramente respiratório com obstrução nasal, espirro, tosse, coriza ou dor de garganta. A dengue, por sua vez, apresenta um quadro mais intenso como “uma febre mais alta, uma dor de cabeça, dor nos olhos, prostração mais intensa. Uma fraqueza que leva o paciente literalmente à prostração.”
Diferenças
André Santos, servidor público, sentiu a diferença na pele. Ele teve Covid-19 duas vezes e há uma semana sofre com os sintomas da dengue. Segundo André o que ajudou a diferenciar a doença foram as dores nas articulações e nos olhos. “Foram muito intensas as dores nos olhos e a dor de cabeça”, conta.
“Em qualquer lugar eu posso ter sido picado pelo mosquito e por causa das outras doenças, a gente acaba esquecendo de olhar o quintal, olhar as vasilhas e locais que podem acumular água, principalmente após essas chuvas, e acontecer o que aconteceu comigo, que eu não desejo pra ninguém”, diz André.

Além da Covid-19 e a gripe influenza, a dengue continua presente e o caso do André serve de alerta à população. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi), o número de diagnósticos positivos de dengue no mês de janeiro deste ano foi 50% maior que no mesmo período do ano passado.
Diagnósticos crescentes
As medidas de prevenção contra a Covid são muito importantes, mas os cuidados com as demais doenças não podem ser deixadas de lado. Lixo em excesso ou acúmulo de materiais em casas ou áreas públicas podem facilitar a reprodução do mosquito transmissor da doença.
O supervisor de entomologia da Sesapi, Ocimar Alencar, afirma que no estado do Piauí três municípios chamam atenção para os diagnósticos de dengue: São Pedro do Piauí, Curralinhos e Marcos Parente estão em contato com a Secretaria para receber o suporte técnico necessário.
Medicamentos
Sobre a medicação correta, Nayro Ferreira lembra que “todos os medicamentos que ocasionam os chamados antiagregantes plaquetários devem ser restritos, por exemplo, o AAS (Ácido Acetilsalicílico). Não pode usar de jeito nenhum.”
“Antes se utilizava muito o Tylenol, mas hoje já vemos que o paracetamol tem uma certa toxicidade para o fígado e os vírus da dengue (são quatro vírus diferentes) têm uma predileção também para lesões hepáticas, então deve-se usar esses medicamentos sempre com bastante cautela e orientação médica”, finaliza.