
Carlienne Carpaso
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O aparecimento de novas manchas de óleo nas praias do Ceará acendeu um novo alerta no país neste ano de 2022. No Piauí, que é estado vizinho, as equipes da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR) já iniciaram o monitoramento nas cidades litorâneas. Até o momento, nenhuma nova mancha de óleo foi registrada no litoral piauiense, segundo apurou o Portal ClubeNews.
Somente em 2022, a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Semace) informou que as manchas de óleo já foram identificadas em 64 praias no litoral cearense. Um novo levantamento está previsto para ser divulgado na segunda-feira (14). As prefeituras municipais, segundo o Governo do Ceará, já recolheram 4 mil litros de óleo coletados nas praias em Aracati, Fortaleza, Caucaia e Trairi.
A Marinha do Brasil e o Instituto de Ciências do Mar, da Universidade Federal do Ceará (UFC), coletaram amostras para analisar a origem do óleo. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou uma aeronave ao Ceará para monitorar a costa e identificar os pontos com óleo.
Existe a confirmação de que o material encontrado neste ano não é o mesmo registrado em diversas faixas litorâneas do Nordeste, incluindo no Piauí, no ano de 2019.
ORIENTAÇÕES
Caso os banhistas localizem qualquer sinal de mancha de óleo nas praias do Piauí, a Semar solicita que a presença do material seja imediatamente comunicada aos órgãos oficiais para que as equipes possam monitorar a área afetada e recolher o produto.
Se você entrar em contato com a mancha de óleo nas praias, as orientações são: 1- lavar imediatamente a área do corpo atingida com sabão; 2- caso ainda encontre dificuldade em remover o óleo da pele, esfregar a região com óleo vegetal e depois lavar com sabão.

MANCHAS DE ÓLEO NO PIAUÍ
Em setembro de 2019, o Piauí registrou as primeiras manchas de óleo no litoral piauiense, que afetaram os nove estados da região Nordeste.
Na época, alguns locais ficaram interditadas para o banho no mar. As praias piauienses atingidas foram: Arrombado, Coqueiro, Itaqui, Peito de Moça e Atalaia, em Luís Correia; Pedra do Sal, em Parnaíba e Porto da Lama, em Cajueiro da Praia.
O Governo do Estado chegou a fazer uma operação com diversos órgãos (Semar, Marinha, Ibama, ICMBio, Capitania dos Portos do Piauí, Corpo de Bombeiros, Instituto Tartarugas do Delta e a Comissão Ilha Ativa, dentre outros) para monitorar, identificar e recolher o material das praias, com o apoio da população.
O material foi registrado, pela última vez no litoral piauiense, no mês de novembro de 2019.
Uma força tarefa foi montada para limpar os pontos atingidos em 2019. A Marinha do Brasil divulgou que foram retiradas mais de três toneladas de resíduos oleosos nas cidades de Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia.
As manchas de óleo que apareceram em centenas de praias brasileiras entre agosto de 2019 e março de 2020 vieram de um petroleiro grego, concluiu a Polícia Federal (PF), após investigação. Segundo a PF, foram encontradas manchas de óleo em mais de mil localidades, em 11 estados litorâneos.
“A Polícia Federal, a partir das provas e demais elementos de convicção produzidos, concluiu existirem indícios suficientes de que um navio petroleiro de bandeira grega teria sido o responsável pelo lançamento da substância oleaginosa que atingiu o litoral brasileiro. Foram indiciadas pela prática dos crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação a respectiva empresa e seus responsáveis legais, bem como o comandante e o chefe de máquinas do navio”, afirmou a PF em nota.