2 de junho de 2025

Pacientes e funcionários denunciam que ambulâncias do Samu estão em condições precárias

Thálef Santos

Publicado em 28/03/2022 19:00

Compartilhe:

Ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). (Foto: Ascom/FMS)

Thálef Santos* e Kelvyn Coutinho*
thalefsantos@tvclube.com

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Teresina está com 16% da frota de ambulâncias em péssimas condições e outras muitas possuem falhas que prejudicam o funcionamento regular. As condições precárias do serviço chegam a agravar o estado dos pacientes transportados.

A atleta Gleiciane Andrade teve dificuldades quando precisou ser transferida em ambulância do Samu. (Foto: Arquivo ClubeNews)

A atleta Gleiciane Andrade sofreu uma fratura grave no tornozelo em janeiro deste ano e recebeu os primeiros socorros no Hospital do Buenos Aires, na Zona Norte de Teresina, no entanto, o médico identificou a necessidade de cirurgia para colocação de pinos e placa de titânio, para estabilizar o osso quebrado. Gleciane teria que ser transferida para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas encontrou dificuldade devido à falta de ambulância.

“O diagnóstico foi cirurgia. Ele falou assim: ‘você tem que aguardar porque você precisa ser transferida para um hospital para fazer a cirurgia’, porque foi urgência, um acidente no esporte. Eu precisava de um transporte adequado, porque eu tinha quebrado o tornozelo e não tinha condição de me deslocar de qualquer forma. O total descaso foi que ao conseguir, finalmente, a liberação para ser transferida para um local mais adequado para fazer a cirurgia, não tinha transporte”, contou a atleta.

Além das dificulades enfrentadas pelos pacientes, funcionários também reclamam da frota disponibilizada e agressões sofridas pela população indignada com o serviço.

O condutor socorrista do Samu, Antônio Lima, conta que as condições de trabalho dele estão precárias, com “ambulâncias quebradas, sem ar-condicionando, fumaçando gases tóxicos que prejudicam tanto o funcionário quanto o paciente”.

Antônio Lima, motorista do Samu Teresina. (Foto: Arquivo ClubeNews)

Em fotos e vídeos registrados pelos pacientes que precisam do serviço é possível observar as diversas falhas no transporte dos socorristas. Em um deles, a ambulância que socorria uma vítima sofreu pane mecânico e as pessoas que acionaram o serviço tiveram que esperar outro veículo para atender a chamada e realizar o transporte.

Segundo uma atendente do Samu que não quis ser identificada, os agraves do serviço prejudicam as condições dos pacientes encaminhados.

“Soube que teve equipe que pegou pacientes que reclamaram muito do calor e chegaram com o quadro piorado por causa do calor da viatura”, relatou.

A indignação com o serviço oferecido nestas condições levou algumas pessoas a hostilizarem e até agredirem funcionários do Samu.

“Nós já estamos sofrendo ameaças e sendo agredidos pela população, que não tem conhecimento do estado que hoje se encontra o Samu. O Samu Teresina pede socorro”, disse outro funcionário que não quis ser identificado.

Na capital piauiense, o órgão responsável pela gestão do SUS é a Fundação Municipal de Saúde (FMS), que afirma em nota que o sistema operacional do Samu Teresina é composto por 18 ambulâncias — oito de suporte básico, três de suporte avançado e sete de reserva, além das motolâncias.

A FMS também informou que a responsabilidade de renovação da frota é compartilhada entre a prefeitura e o Ministério da Saúde (MS). A prefeitura afirma que uma licitação para a compra de cinco ambulâncias e quatro motolâncias está em andamento. O MS prevê a renovação da frota para o segundo semestre deste ano.

Não há informações na nota sobre providências tomadas para melhorar o serviço até a renovação e o resultado da licitação.

*Sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso.

 Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Twitter.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.

Leia também: