Kelvyn Coutinho*
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A Comissão de Educação do Senado Federal manteve para a próxima quinta-feira (31) a participação do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, em audiência para prestar esclarecimentos sobre denúncias de irregularidades na distribuição de verbas para municípios.

O presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI), classificou como lamentável o fato de Milton ser o quarto ministro da Educação a deixar o governo de Jair Bolsonaro em menos de quatro anos.

“É uma situação lamentável, porque nós vamos para o quinto ministro em três anos do governo. Uma área tão importante para o futuro do país sem nenhuma continuidade, uma estabilidade completa, uma área que o Brasil já não se saía bem. A audiência está mantida e nós esperamos o ministro para que dê as explicações necessárias para a elucidação de fatos tão graves envolvendo a educação do nosso país”, afirmou o senador Marcelo.

O requerimento de convite ao ex-ministro é de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e argumenta que os fatos narrados são gravíssimos e cabe ao Parlamento a apuração com rigor dos eventos, o que só será possível com o comparecimento pessoal de Ribeiro.

Já o vice-líder do governo, senador Marcos Rogério (PL-RO), entende que não há necessidade de Milton Ribeiro ir ao Senado por já ser investigado pelo Ministério Público Federal. Por se tratar de um convite, o ex-ministro não é obrigado a comparecer à audiência.

Sobre o caso

Milton Ribeiro pediu exoneração do comando do MEC na segunda-feira (28). Na semana passada, a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o ministro. A medida foi autorizada pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.

A investigação foi aberta após a publicação de reportagens na imprensa sobre suposto favorecimento na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao Ministério da Educação.

Na segunda-feira (21), uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo divulgou um áudio em que Milton Ribeiro, diz favorecer, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, prefeituras de municípios ligados a dois pastores.

Em outro inquérito, a PF também investiga as supostas irregularidades. A polícia recebeu na semana passada um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o órgão, os fatos são investigados desde o ano passado, antes da divulgação da gravação.

*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto.

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