
Kelvyn Coutinho e Carlienne Carpaso
kelvyn@tvclube.com.br
Sem acordos, a greve dos motoristas e cobradores do transporte coletivo em Teresina continua e entra no 11º dia nesta quinta-feira (31). O secretário municipal de Finanças, Robert Rios, que também é vice-prefeito de Teresina, disse que poderá suspender o repasse ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) caso os trabalhadores continuem com a paralisação das atividades.
Robert Rios afirmou, na manhã de hoje, que propôs a continuidade do repasse de R$1,2 milhão ao Setut, além de um auxílio combustível às empresas e um auxílio alimentação aos trabalhadores.
Nesta semana, o secretário participou de duas reuniões com os desembargadores do Tribunal Regional de Trabalho – 22ª Região e do Setut.
“Eu fui chamado para duas reuniões no TRT, com dois desembargadores que perguntaram se de alguma forma a prefeitura poderia ajudar as empresas. Nós já estamos ajudando as empresas pagando R$ 1,2 milhão. Eu já me ofereci de colocar às empresas uma ajuda porque houve um aumento abrupto do combustível. E nós queremos ajudar o sindicato através de uma bolsa para melhorar o rendimento deles. Mas, isso não é uma proposta. Isso o TRT que me pergunta e eu respondi”.
Segundo Rios, o acordo entre empresária e trabalhadores não foi acertado após uma possível interferência do Ministério Público do Trabalho (MPT).
“Depois, soube que o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou na questão e convenceu o sindicato a não fazer acordo porque faria um acordo melhor. Estou sentado esperando esse acordo melhor. Só sei que a partir de hoje, nós não faremos nenhum repasse enquanto tiver greve. É um problema de empresa privada e empregados.”, declarou o secretário.
Edno Moura afirma que um dos acordos previstos nas reuniões entre a Prefeitura de Teresina, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) e o Tribunal Regional do Trabalho – TRT 22ª Região é inviável para o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro).
O acordo em destaque é o repasse de R$ 500 mil da Prefeitura de Teresina diretamente ao Sintetro para que a própria diretoria sindical realize a gestão do recurso público e a distribuição da quantia aos trabalhadores. Para o MPT, isso é gerar um problema a mais ao Sintetro, que não possui estrutura para isso.
Com a greve, os ônibus do sistema estão 100% parados; apenas os veículos cadastrados estão circulando em Teresina, além de alguns alternativos.
SINTETRO
Os motoristas e cobradores estiveram em assembleia geral na tarde de quarta-feira (30). O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) informou ao Portal ClubeNews que a greve continua porque a proposta apresentada durante acordo com o TRT 22ª Região não atende às reivindicações da categoria.
A categoria pede a assinatura da convenção coletiva 2022. A proposta, segundo o Sintetro, seria para reajuste salarial e assinatura coletiva somente em 2023.
NOTA DO SETUT
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que tem conhecimento da posição da Prefeitura de Teresina e que busca o diálogo para solucionar a greve, aguardando inclusive posição do TRT sobre o descumprimento de liminar para circulação dos veículos. Ao Município, por sua vez, é livre o entendimento de que não há como manter o pagamento se a frota de ônibus não está circulando na cidade, porém o Sindicato dos Trabalhadores (SINTETRO) tem impedido a circulação de 100% do transporte público, provocando prejuízos à população.
O SETUT defende que a greve seja cessada para que novos diálogos sejam realizados e soluções efetivas sejam apresentadas para o transporte público da cidade. As empresas operadoras de ônibus não tem arrecadado o suficiente para manter o equilíbrio financeiro do sistema e se encontram em dificuldades devido à falta de resoluções.
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