7 de julho de 2025

Motoristas, cobradores e professores fazem ato unificado em Teresina

Redação

Publicado em 06/04/2022 12:23

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Manifestação dos trabalhadores da Educação e Transporte Coletivo – foto: Thalef Santos

Os trabalhadores do transporte coletivo e os professores da rede municipal percorrem as ruas do Centro de Teresina no terceiro ato unificado em defesa do Transporte e da Educação, na manhã desta quarta-feira (6). As duas categorias estão em greve e buscam por reajuste salarial, dentre outras demandas específicas. O ato unificado também conta com o apoio do movimento estudantil, que protesta pela manutenção do valor da passagem estudantil em R$ 1,35.

O protesto iniciou na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviários (Sintetro), passando pela sede do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina (Setut) e pela Prefeitura de Teresina.

Por volta das 10h40, os manifestantes pararam o trânsito na avenida Maranhão em frente ao Setut. Alguns motoristas tentaram furar o bloqueio enquanto outros pararam e fizeram o retorno por cima do canteiro central.  Equipes da Strans estão no local.

A Strans também tentou bloquear o acesso para a Prefeitura de Teresina, que fica localizada em frente à Praça da Bandeira, mas os manifestantes ultrapassaram e seguem com o protesto pelas ruas do Centro. A Guarda Municipal também acompanha o ato.

Às 11h30, o protestou chegou na Prefeitura de Teresina, que estava com a entrada cercada pelas equipes da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Teresina.  A movimentação se encerrou por volta do meio-dia.

Strans tenta bloquear o acesso a PMT (Foto: Thálef Santos)

A manifestação também conta com a participação do Movimento Popular por Moradias. Ele reivindica a regularização das áreas para assentamento das famílias que estão em terrenos da prefeitura de Teresina, pela construção de casas populares e o adiamento de despejos.

Manifestação dos trabalhadores – foto: Thalef Santos

Reivindicações 

Os trabalhadores do transporte coletivo reivindicam a assinatura da convenção coletiva, que está sem ser firmada desde 2020.  A última convenção coletiva encerrou em dezembro de 2019 e, desde então, os trabalhadores perderam direito ao auxílio-alimentação, ao plano de saúde, além de ter o piso salarial congelado. Os motoristas e cobradores estão em greve há 17 dias.

“O salário dos trabalhadores está sem reajuste desde 2019. Desde lá, nós já perdemos plano de saúde e o ticket alimentação.  Por isso, que isso está acontecendo em Teresina. Somos trabalhadores e nunca deixamos de pagar impostos. Isso é absurdo”, diz o diretor do Sintetro, Oswaldo Sousa.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) também reivindica o reajuste do piso salarial do Magistério de 33,24%, além do rateio das sobras do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) de 2021”. A categoria iniciou a greve no dia 07 de fevereiro. 

A presidente da União Estadual dos Estudantes (Une), Elica Aguiar, comenta que o movimento estudantil decidiu se unir ao ato unificado para reforçar a defesa do Transporte e da Educação.

“Hoje nós vivemos uma realidade em Teresina de caos no transporte, mas também tem a questão do reajuste dos professores. Nós resolvemos hoje fazer um ato, terceiro ato unificado, dessas pautas. E também a pauta da moradia, tem algumas ocupações em Teresina nas quais a prefeitura se recusa a dialogar. É uma força maior para reivindicar perante a prefeitura para tentar resolver essa situação”.

Ato unificado em Teresina – Foto: Thalef Santos

Sem ônibus coletivo

A cidade de Teresina está há mais de 10 dias sem nenhum ônibus do sistema circulando pela cidade; apenas vans e ônibus alternativos cadastrados pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) estão atuando no transporte de passageiros.

Na terça-feira (05), a Prefeitura de Teresina conseguiu na Justiça uma terceira liminar que obriga a circulação de 80% da frota no horário de pico e de 60% no horário entrepico, sob pena de multa. Nesta quarta-feira (6), os ônibus do sistema permaneceram 100% parado nas garagens.

A dona de casa Irene Sousa, que estava no Centro de Teresina e foi surpreendida com a manifestação, conta que apoia o movimento mesmo gastando média de R$ 60 no transporte pela cidade. “Eu moro longe, usava o ônibus, mas mesmo gastando muito com carro por aplicativo, eu apoio a greve”.

Decisões 

A Prefeitura de Teresina divulgou, na terça-feira (5), que a  “1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública determinou que as empresas que atuam no transporte público urbano da capital garantam a circulação da frota de ônibus durante a greve de motoristas e cobradores”.

“Nesta nova decisão liminar, decretou-se que as empresas devem adotar todas as medidas legais e contratuais cabíveis no sentido de garantir a disponibilidade de 80% dos veículos coletivos nos horários de pico e de 60% nos demais horários”.

Em decisão anterior, a 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública concedeu, na última sexta-feira (01), “outra liminar a pedido da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) ordenando que as empresas garantirem o retorno da circulação dos ônibus na capital”.

Arrecadação de alimentos 

Sem dinheiro para comprar comida para a família, um movimento solidário arrecada alimentos para os trabalhadores e cobradores de ônibus.

Os pontos de arrecadação são:  sede do Sindserm (Rua Quintino Bocaiúva, Nº 446); Sintetro (Rua Paissandu, Nº 948); Associação dos Moradores do Itararé (Rua Dep. Antônio Gayoso, Nº 235); Associação dos Moradores do Parque Piauí ao lado do Centro Social Urbano (Quadra 26).

SETUT 

O Setut informou que disponibiliza toda a frota de ônibus para circular na cidade, mas que os trabalhadores estariam descumprindo as decisões judiciais.

Já a Prefeitura de Teresina destacou que desde o início da greve tem tentando alternativa para solucionar o problema da crise do transporte, mas, segundo a gestão municipal, a greve é provocada pelo desentendimento entre trabalhadores e empresários.

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