
Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br
A greve dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina completou 17 dias nesta quarta-feira (6). Apesar das tentativas mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho, os trabalhadores e os empresários do setor não chegaram a um acordo, deixando a população que depende do serviço sem previsão de retorno.
Nos últimos dias, ganhou força a proposta do táxi-lotação, que seria um paliativo para amenizar os efeitos da greve. A proposta é que os táxis sejam cadastrados pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) para fazer um itinerário semelhante aos ônibus que circulam pela capital por um preço entre R$ 4,00 e 8,00. O projeto do táxi-lotação foi aprovado pela Câmara Municipal em 2021 e está sendo analisado pela Procuradoria-Geral do Município, que deve publicar em breve uma portaria regulamentando o serviço.
“Vai funcionar como o ônibus funciona. Vai passar nas linhas dos ônibus, com a identificação no para-brisa dianteiro indicando “táxi-lotação” e o símbolo da Strans, que significa dizer que o taxista está habilitado a fazer aquele tipo de transporte. A pessoa vai para a parada de ônibus normal e lá o táxi vai passar, a pessoa pede parada, adentra o táxi e vai para o seu local de destino”, afirmou o presidente do Sindicato dos Taxistas de Teresina, Neilton Feitosa.
O representante dos taxistas declarou ainda que o preço será calculado conforme a distância do local de partida até o destino do passageiro, mas garantiu que os valores serão mais baixos do que o serviço de táxi comum.
“Vai ser por raio de distância. Vamos supor que seja do Centro para o Mocambinho, a corrida seria R$ 5,00 ou 6,00. Para a Santa Maria da Codipi ou Jacinta Andrade, onde é um pouco mais distante, vai dar em torno de R$ 7,00, e assim sucessivamente. Se entram quatro pessoas e no percurso desce uma ou duas, tendo outras para entrar, entra para continuar o percurso. É aí que o taxista vai poder ganhar alguma coisa, porque os preços são pequenos”, completou Neilton.
A expectativa do sindicato é de que já no começo do serviço haja a adesão de 200 a 250 taxistas da capital.
Já entre a população, o serviço do táxi-lotação divide opiniões. Alguns defendem que é importante que haja mais alternativas ao transporte coletivo, devido à greve e às incertezas de um acordo entre empresas e trabalhadores, independentemente do valor. Outros contestam os preços e afirmam que pessoas que possuem direito à gratuidade nos ônibus vão ter prejuízo, já que teriam que pagar o táxi-lotação normalmente.
O autor do projeto de lei aprovado na Câmara Municipal, vereador Leonardo Eulálio (PL), defendeu a proposta e declarou que o táxi-lotação é uma alternativa sustentável para a locomoção na capital.
“É uma ideia sustentável, econômica, rápida e segura, para dar uma alternativa para a nossa população que está tendo transtornos para se dirigir do seu ambiente residencial para o seu ambiente de trabalho. O táxi-lotação veio para solucionar esse impasse que está havendo entre o Poder Executivo e os empresários”, disse o parlamentar.
*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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