Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br
O café, segunda bebida mais consumida pelos brasileiros, foi um dos itens mais afetados pelo sabor amargo da inflação. Nos últimos 12 meses, o café acumula alta de 64,66% segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), monitorado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em todo o mundo, o café perde apenas para a água em termos de consumo e o Brasil ocupa a 14ª posição do ranking entre 193 países que utilizam a bebida feita com o grão coado.
Mesmo detendo 40% de toda produção global de café nos estados de Minais Gerais, São Paulo e Paraná, o país não consegue evitar a disparada do preço. Isso porque fatores como problemas climáticos no campo de produção e a oscilação do dólar vêm impactando o valor do grão.
A escalada nos preços foi causada, principalmente, pelo aumento de mais de 155% do grão cru, devido ao grande impacto causado pelas condições climáticas. O custo de produção também subiu — em média, os insumos ficaram 107% mais caros.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a tendência é que o produto continue a subir em 2022, podendo chegar ao valor mais alto em 25 anos.
No entanto, apesar da alta no preço, o consumo segue em alta. Segundo a Abic, entre novembro de 2020 e outubro do ano passado, as vendas aumentaram 1,7%.
Para driblar o preço amargo, a dona de casa piauiense Ester Barros decidiu trocar uma marca mais cara por outra mais barata. “O que não pode é faltar café na mesa”, diz ela. Antes a família comprava o produto por cerca de R$ 4 e agora, mesmo apelando para um supermercado com preços de atacado, não encontra a mesma embalagem de café por menos de R$ 8,50. “O jeito foi abandonar a marca favorita por uma mais em conta”, completa.
Preços mínimos
O preço do café é regulado por uma Política de Preços Mínimos (PPM) que tem apoio do Conselho Nacional do Café (CNC), da Conab e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O objetivo é manter a paridade com preços praticados pelo mercado e garangir a redução das oscilações na renda dos produtores rurais, bem como manter a regularidade do abastecimento nacional.
Embora haja dúvidas sobre a safra de 2022/2023, os preços mínimos já fora publicados em portaria do MAPA, no dia 30 de março deste ano, no Diário Oficial da União. O aumento foi de 64,23% para o café arábica e 64,75% para o conilon. Em 2021/2022, os preços mínimos eram de R$ 369,40 e R$ 263,93, respectivamente. Já para 2022/2023, os valores saltaram para R$ 606,66 (arábica) e R$ 434,82 (conilon).
Curiosidades sobre o café:
– Café é a 2ª bebida mais consumida do mundo, perde apenas para a água, segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC);
– Em média, os brasileiros tomam de 3 a 4 xícaras por dia. Segundo a pesquisa, isso equivale cerca de 5,8 kg da bebida ao ano.
– O tipo preferido do brasileiro é o expresso, em segundo está o café com leite, também chamado pingado. Em terceiro lugar, o capuccino, mistura de chocolate, canela, café e leite.
– O Brasil está no topo da classificação mundial na produção de café com cerca de 40% de toda produção global. Os principais estados produtores são Minais Gerais, São Paulo e Paraná.
– Em relação ao consumo, o Brasil ocupa a 14ª posição do ranking entre 193 países que consomem o grão coado. O primeiro lugar é da Finlândia. Segundo o estudo da OIC, uma das explicações para isso é que com o frio extremo que faz no país, a população toma muito café para esquentar o corpo.
– O café é tão adorado pelos brasileiros que tem três datas comemorativas diferentes no calendário: 14 de abril é o Dia Mundial do Café; em 24 de maio é celebrado o Dia Nacional do Café e também o Dia do Barista, que é o profissional especialista no preparo de bebidas à base de café; e dia 1º de outubro é o Dia Internacional do Café, data escolhida em 2015 pela Organização Internacional do Café (OIC) com o objetivo de unificar as celebrações ao redor do mundo.
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