Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br
“A moda está sempre se reinventando”. Essa frase, que é bastante clichê, nunca teve tanta força como nesses últimos anos.
A forma como uma pessoa se veste diz muito sobre quem ela é no que acredita. Dessa forma, o estilo agênero vem conquistando muitas pessoas, incluindo teresinenses, e quebrando vários padrões impostos pela sociedade, como ressalta o designer de moda Juno Silva.
“Entender a moda agênero vai muito além da roupa sem gênero ou do homem usar o que seria de mulher e vice-versa. Moda é comportamento, posicionamento, cultura e além do vestir”, disse.
Esse movimento defende que as pessoas não só podem, como devem se sentir livres e confortáveis para usar qualquer tipo de peça. Além disso, espera que as empresas do ramo fashion invistam na produção de modelagens únicas e com variedades de formas e cores.
Não é nenhuma novidade homens com looks tidos “femininos” e mulheres vestidas com peças “masculinas”. Apesar de estar ganhando destaque nas rodas de debates, esse tipo de estilo não é atual.
Famosos como o cantor britânico David Bowie, lá nos anos 80, já desfilava pelas ruas, eventos sociais e programas de televisão com roupas extravagantes e que divergiam das normas sociais.
Atualmente, artistas como Jaden Smith, Janelle Monóe, Billy Porter e o brasiliero Bruno Gagliasso são exemplos de pessoas que adotaram a moda agênero.
Com relação ao mercado, muitas marcas já estão seguindo a tendência e investindo na produção dessas peças. A partir disso, tem-se a oportunização do acesso a essas roupas e, como afirma Juno Silva, deve ser considerado uma grande conquista.
“O consumo dessa ideia fica cada vez mais fácil e acessível, considerando que estamos, muito provavelmente, num bom caminho e aceitação do vestir rompendo as barreiras de gênero”, pontou o designer.
Moda agênero em Teresina
Na capital piauiense, Teresina, muitas pessoas já são adeptas desse estilo, principalmente os mais jovens, que encontraram nele uma forma de expressar e mostrar ao mundo sua essência.
Para Juno, a capital ainda é um pouco “careta” sobre questões de gênero, identidade e comportamento: “Parece que qualquer posicionamento, além do que seria ‘normal’ e o padrão, ainda choca a sociedade”.
No entanto, ele acredita que o caminho para conquistar a liberdade do ser, vestir, ir e vir já está sendo trilhado. “Entra, aqui, um fator importante, que é a resistência. É preciso ser dono de si, resistir todos os dias e ser firme no posicionamento”, comentou Juno.
Sobre onde encontrar essas vestimentas, além de lojas de departamentos, muitos brechós e bazares teresinenses, sejam físicos ou onlines, estão se dedicando a esse comércio e disponibilizando por um preço mais acessível.
O designer Juno Silva também destaca as casas noturnas, lugares alternativos e espaços que celebram a diversidade como principais espaços de disseminação do movimento.
Adeptos do estilo agênero
Foi em 2019, quando a polêmica do “meninos vestem azul e meninas vestem rosa” estava na boca do povo, que o estudante Ítalo Jhonata decidiu pesquisar sobre a moda agênero e trazê-la para o seu guarda-roupa.
Ele explica que o começo não foi nada fácil e que, devido os constantes olhares e comentários preconceituosos, logo aprendeu a lidar com o julgamento.
“Me sinto 100% feliz e confortável com o que uso! Foi assim que escolhi me expressar. O que resta é aceitar ou, no mínimo, respeitar, pois, não é só sobre o que eu uso, é sobre quem eu sou. Essa é a minha identidade”, disse.
A cada dia, um novo seguidor da moda agênero vai aparecendo por aí, algo que anima e enche o estudante de esperança. “Acredito que lá na frente não vamos precisar nos importar e nem ter medo de vestirmos o que quisermos. É isso que eu espero”, finalizou.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto
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