Malu Barreto
malubarreto@tvclube.com.br
A baixa cobertura vacinal em crianças de até 12 meses de vida vem preocupado autoridades de saúde em Teresina.
De acordo com Amaríles Borba, diretora de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde, em 2021, das vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde para essa faixa etária, a maioria está com cobertura vacinal abaixo de 70% e algumas delas não chegam a 60%; as únicas que ultrapassam 80% de cobertura é a BCG e a hepatite B que são aplicadas ainda na maternidade.
Esse dado abre margem para o aumento de casos de tuberculose, febre amarela pneumonia, sarampo – que chegou a ser erradicado em 2016 -, meningite, doença diarreica, paralisia infantil e hepatite. Com cada vez menos vacinas nos braços das crianças teresinenses, o risco de transmissão preocupa.
A proporção adequada para proteger os pequenos contra essas doenças é alcançada com 90% do público, no caso da BCG e Rotavírus, e 95% para as demais vacinas.
“O sarampo já está batendo a nossa porta e a doença pode atingir adultos e crianças. A gente observa que as campanhas de vacinação para cães e gatos atingem 120% de cobertura vacinal e de criança não está chegando nem a 70%. Será que as crianças perderam o valor?” disse a diretora.
Amaríles chamou atenção para pesquisas que apontam que a não vacinação pode deixar a criança vulnerável não apenas ao sarampo como a várias outras doenças de longo prazo.
Segundo estudos feitos pelo Instituto Médico Howard Hughes, da Escola de Medicina de Harvard e outras instituições dos Estados Unidos, da Holanda e Finlândia com crianças não vacinadas que adquiriram sarampo, o vírus dizimou de 11% a 73% do repertório de anticorpos dessas crianças dois meses depois da infecção.
Além do sarampo, outra doença que vem chamado a atenção é a febre amarela. A primeira dose do imunizante deve ser tomada aos 9 meses e um pouco mais da metade das crianças de Teresina tomaram a vacina. O índice de 2021 é de 54,54%.
Já a Tríplice Viral, vacina que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, a primeira dose é aplicada em crianças de 12 meses e o índice de vacinação é de 66,85%, o reforço que é tomado aos 4 anos, a cobertura vacinal é de 38,37%, ou seja, pouco mais da metades das crianças voltam ao posto de saúde para completar o esquema vacinal.
“É uma questão de saúde e de desenvolvimento. É necessário cumprir o calendário de vacinação das crianças para evitar doenças graves e até morte na infância. Doenças que mataram podem voltar a fazer mais vítimas. Vacinando seu filho você está garantindo proteção contra essas doenças”, disse a diretora da FMS.
A pediatra Lorena Mesquita reforçou que o calendário de vacinação é importante para evitar doenças. virais e bacterianas e afirmou que é fundamental que pais mantenha o calendário de vacinação dos seus filhos atualizado.
“Doenças que foram erradicadas estão voltado devido a essa baixa procura por vacinas. A vacinação é fundamental, é uma maneira de ajudar a formar o sistema imunológico da criança e evitar diversas doenças graves. Pneumonia, meningite, febre amarela, sarampo são doenças que evitadas através da vacinação. Então é importante a atualização da caderneta para evitar doenças fatais ou também aquelas que podem deixar sequelas, como a pólio”
Veja abaixo o índice de cobertura vacinal 2021, de crianças de até 12 meses em Teresina
BCG – 83,76%
Hepatite B (crianças de até 30 dias) – 84,29%
Rotavírus Humano – 67,29%
Poliomielite – 66,07%
Febre Amarela – 54,54%
Tríplice Viral – 66,85%
Tetravalente/TetraViral – 7,66%
Vacinas de Rotina
O Plano Nacional de Imunização (PNL) do Ministério da Saúde inicia com vacinação nas primeiras 12 horas de vida do bebê, quando ainda está na maternidade, com a dose da BCG contra os casos graves de tuberculose e contra a hepatite B. O esquema de vacinação das crianças é até 10 anos de idade com o reforço contra a febre amarela.
A vacinação é uma das formas mais eficazes de controlar surtos e evitar doenças que podem desencadear complicações sérias e até mesmo a morte
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