Já ouviu falar em pessoas que amam demais, aquelas que têm uma atração por pessoas problemáticas e estão em relações sempre com muita dor e sofrimento?
Quando uma pessoa ama demais? Quando para amar ela sofre, qualquer tipo de conversa é sobre “ele (a)”, quando compromete o seu bem-estar, quando mesmo com sentimentos ruins não consegue abrir mão dessa pessoa.
Uma pessoa ama demais quando é uma faminta emocionalmente: tudo é intenso e nunca suficiente.
Como a pessoa que ama demais adotou esse padrão de comportamento?
A principal característica é que ela, quando criança, viveu em um lar disfuncional onde os sentimentos dela foram ignorados, onde as necessidades emocionais não foram supridas, onde um dos pais ou responsáveis tinham problemas com álcool, drogas. Eram crianças vítimas de violência física, abuso sexual, conflitos dos pais, ou pais ausentes, calados, foram constantemente criticados ou viviam sob rigidez excessiva.
Crianças que vivem sob constante insegurança emocional, quando na fase adulta fazem de tudo para impedir que a relação não termine porque elas têm medo de serem abandonadas assim como foram na infância.
O sentimento de abandono acontece quando a criança recebe pouco afeto, amor e atenção que são fundamentais para essa fase da vida. Quando desde cedo ela é obrigada a adotar um papel de responsabilidade que não condiz com a idade dela, como olhar os irmãos, cuidar da casa e de si mesma. Aqui começa a se desenvolver um sentimento de abandono afetivo.
Qual o papel que você tinha quando era criança? A briguenta, a cuidadora, a que fugia dos problemas? A menina que é obrigada a assumir o papel de cuidadora muito cedo também vai replicar isso na fase adulta. Então, nas relações amorosas ela vai ser a “mãe” do parceiro, sempre se sentindo a culpada por não estar saindo como gostaria, a que perdoa, a que ensina, a que renuncia às próprias vontades.
Choque de realidade
A criança que não recebe o amor que precisa nessa fase e vive sob constante tensão, medo, raiva, vergonha vai acreditar que a culpa por não ter recebido esse amor é dela. Porque a criança acredita que tem esse poder e na fase adulta vai ter uma necessidade desesperada de controlar a situação em busca de uma segurança afetiva que não teve quando criança.
A pessoa que ama demais não consegue enxergar que o relacionamento que tem é mais sonho do que realidade, ela vive uma fantasia. Se o outro a trata mal “não é culpa dele”, “ele está sofrendo”, “ele foi criado assim” e está sempre a espera que o outro mude.
A pessoa que ama demais tem mais predisposição a consumir drogas, álcool, ter problemas alimentares, consumir mais açúcar, ter depressão severa. Porque viver sob estresse constante muda a química do corpo.
Relações disfuncionais
A pessoa que ama demais vive uma relação disfuncional onde luta diariamente para mudar o outro, o foco sempre está no outro e não nela mesma. E “quando o outro mudar eu vou ser feliz”.
A pessoa que ama demais tem obsessão pelo relacionamento, há uma repetição de padrão no comportamento; ela só consegue se relacionar com pessoas que provocam tensão, estresse, problemas a serem resolvidos para ela poder acionar o papel de cuidadora.
A pessoa que ama demais não gosta de relacionamentos que tragam paz e tranquilidade porque ela é viciada em relações problemáticas. Relações calmas são “sem graça, sem sal, sem emoção, sem adrenalina”.
Nas relações problemáticas ela tem a oportunidade de consertar a relação que não teve com os pais. Então, pode até mudar de parceiro, mas sempre repete os mesmos comportamentos e escolhe pessoas com comportamentos semelhantes ao antigo parceiro problemático. Quem conhece alguém assim?
Toda pessoa que ama demais esconde dores da infância. Dificilmente vamos ver alguém com uma fratura exposta não procurar atendimento médico de forma imediata, mas quando as questões são internas é comum fingir que não existem e elas vão se acumulando ao ponto de as dores emocionais se transformarem em dores físicas.
As pessoas que amam demais são viciadas em relações disfuncionais e como todo vício precisam de ajuda profissional adequada. Um viciado sempre acredita que “eu vou mudar quando eu quiser” e isso é autoengano, negação, fuga.
Se você se identificou com esse padrão de comportamento saiba que enquanto você fugir ou negar a sua dor, vai permanecer doente. Procure ajuda, busque grupos de apoio, ame a si mesma e tenha a coragem de ser a pessoa responsável por encontrar a sua felicidade. Nunca é sobre o outro e sim sobre você!
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